A fórmula mágica.

eraumavezdest

A Coca-Cola tem duas fórmulas.

A primeira é para fazer Coca-Cola.

A segunda é contar a primeira.

Sinceramente, não sei qual das duas é mais importante, a fórmula do fazer ou a fórmula do contar. Uma coisa é certa: quem tem as duas, tem tudo.

A literatura e o cinema obviamente sabem disso como ninguém, afinal esse é o nome do jogo.

(Sim, storytelling, mas prometo não usar esse termo até o final do post).

A Disney tem sua fórmula de fazer e de contar. A Pixar tem. A Bíblia tem. O Shakespeare tinha. Alguns produtos têm. E poucas e boas campanhas publicitárias têm (cada vez menos, mas têm).

Acabei de ler um post fantástico lá no Open Culture (que por sua vez leu no Boing Boing), que reúne as “fórmulas” de grandes contadores de estórias como o Kurt Vonnegut, o Ernest Hemingway, a Emma Coates (da Pixar) e Tolstoy (que dizia que existem apenas 2 tipos: “a man on journey or a strange comes to town”).

Leia o post original, vale por alguns anos de experiência para qualquer profissional que crie estórias, ou seja, todos.

Mas separei o item mais divertido de ser comprovado, que é a seguinte fórmula genial:

Era uma vez um _________.
Todo dia, _____________.
Um dia, ______________.
Por causa disso, _________.
Por causa disso, _________.
Até que finalmente _______.

Sim, parece (e é) simples, mas quer ver o que essas linhas fazem?

Olha com funciona.

Era uma vez um menino. 
Todo dia ele brincava com seu boneco cowboy.
Um dia ele ganhou um boneco astronauta.
Por causa disso seu interesse no boneco cowboy diminuiu.
Por causa disso o boneco cowboy e o boneco astronauta juraram vingança um contra o outro.
Até que finalmente os dois se pegaram numa batalha sangrenta em que nenhum dos dois saiu ileso.

Toy Story, obviamente.

Claro que essas fórmulas não são receitas.
São apenas estruturas que se repetem em todas as boas estórias.
O que vale é justamente como preencher os espaços vazios.
Assim como o meu esqueleto é bem parecido com o do Brad Pitt, mas eu não.

Mas você só consegue dar a real dimensão dessas frases quando começa a brincar e botar à prova a tal fórmula. E descobre, por exemplo, que quase todas as religiões encaixam alí.
Ou as justificativas de cortes em empresas.
Ou a insanidade de grandes ditadores.

E se você quiser arrepiar de vez e economizar uma grana de terapia, complete você mesmo esses espaços, com a SUA história.
Já aviso de cara que esse exercício pode trazer grandes consequências, siga por sua conta e risco.

Vai, respira fundo e faz.

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