A influência da comunicação não-verbal no desenvolvimento da inteligência

Alguém recentemente resgatou e publicou no Facebook o link de um post que o grão-mestre-fundador-do-UoD, Wagner Brenner, escreveu em 2012. Eu não tinha lido na época. Li agora, gostei e resolvi trazer o tema de volta para o UoD.

Em seu post, Wagner apresenta pesquisas que mostram o que acontece quando você fica elogiando a inteligência de uma criança. Por fim, ele conclui: “se você tem um filho, um sobrinho, ou um amigo pequeno, não diga que ele é inteligente. Diga que ele é esforçado, aventureiro, descobridor, fuçador, persistente. Celebre o sucesso, mas não esqueça de comemorar também o fracasso seguido de nova tentativa”. O texto é muito interessante. Vale a leitura.

Resolvi resgatar o tema do desenvolvimento da inteligência pois quero lançar a seguinte questão: se o que falamos para uma criança pode influenciar sua inteligência, imagine quando nossa influência é inconsciente?

A comunicação não-verbal é mais poderosa do que imaginamos. Em 1968 os pesquisadores Robert Rosenthal e Lenore Jacobson apresentaram um estudo que mais tarde ficou conhecido como a profecia autorrealizável, efeito pigmalião ou efeito rosenthal.

Eles realizaram a seguinte experiência em uma de suas pesquisas: aplicaram o teste de QI em dezenas de alunos e disseram a seus professores quais alunos tiveram um resultado acima da média. Porém, esses alunos apontados como mais inteligentes na verdade estavam apenas dentro da média do resultado obtido na sala de aula. Algum tempo depois, os pesquisadores ouviram desses professores que os alunos que não foram apontados como mais inteligentes realmente tinham um desempenho inferior.

Até aí, pode-se concluir que esses professores estavam influenciados pela informação passada pelos pesquisadores, porém, o fato realmente interessante é que oito meses depois, os pesquisadores aplicaram novamente o teste de QI em todos os alunos e a maioria daqueles que tinham sido apontados como “mais inteligentes” tiveram um acréscimo no QI superior à média dos demais alunos. Ou seja, alguns deles se tornaram mais inteligentes que a média da sala efetivamente.

É por isso que tal experimento ficou conhecido como a profecia autorrealizável. A simples crença dos professores foi capaz de interferir no desenvolvimento de seus alunos.

Essa pesquisa é citada no livro “Subliminar: Como o Inconsciente Influencia Nossas Vidas”, do físico e matemático Leonard Mlodinow. Através desta e outras pesquisas, Mlodinow procura mostrar como a comunicação não-verbal é capaz de influenciar as pessoas.

Eu carrego esse aprendizado no dia-a-dia com meus alunos, mas podemos ir além: pense na comunicação não-verbal existente no dia-a-dia dentro da empresa onde você trabalha. Se você é chefe, como você se comporta frente aos seus funcionários? Como você os vê? Se você é funcionário, pare para refletir: como a impressão inconsciente que seu chefe tem de você está interferindo no seu desenvolvimento?

Crédito da imagem: Kaibab National Forest

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