Minha experiência com máquinas do tempo, furacão Katrina e realidade virtual

[O bem-vindo, por Wagner Brenner]

erbettaO João Erbetta é nosso mais novo updater.

Guitarrista, compositor e produtor brasileiro, infiltrado no Vale do Silício, colado em Stanford e misturando ritmos brasileiros como Frevo, Carimbó e Ciranda com clássicos do country americano e do Avant-Garde Jazz. Foi apresentado pela nossa updater Raquel Costa que me passou a fita: “um curioso, músico de primeira, super conectado e com um belo texto. Todas as características de um Updater”.

O João já trabalhou com gente envolvida em projetos que já citamos por aqui, como o pessoal do Forró in The Dark e até Los Straitjackets, que pensei que só eu conhecia.

Bem-vindo João!

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Faz pouco tempo, pensar em projetos de realidade virtual era coisa de filmes como ‘De Volta para o Futuro’, no qual existiam máquinas do tempo e cientistas malucos…
Experimentos no setor vem sendo feitos para os mais diversos fins (games, estudos sociais, ajuda na recuperação de traumas de guerra, entre outros) , mas bem pouco tem sido visto para contar histórias.O hardware usado nessa tecnologia é cada vez mais barato e tende a ser acessível a todos em breve. Foi pensando nisso que a jornalista e documentarista Barbara Allen pensou em transportar a audiência para um outro tempo na universidade de Stanford com um projeto baseado em realidade virtual.Com a ajuda da equipe do Virtual Reality Lab, Barbara recriou a experiência de se estar no teto de uma casa, durante a inundação de Nova Orleans, enquanto o furacão Katrina passava destruindo tudo.

Tive o prazer de colaborar com Barbara em seu projeto, o que foi um grande aprendizado para mim. Ela me pediu pra criar todo o sound design do que poderia ter acontecido no dia da tragédia: chuva, trovões, água corrente pelas ruas, vento, helicópteros e embarcações em busca de vítimas e pessoas gritando.

Dois sons chamaram a atenção de quem participou da experiência: uma árvore que se quebra com a força do vento, e um cachorro que chora solitário, sem conseguir sair de dentro de uma casa sendo inundada.

Com o software de mixagem e a configuração dos monitores de áudio (mais de 20, espalhados ao redor da sala), é possível alocar os sons exatamente de onde se espera que venham, conforme a imagem vista.

O som do cachorro – que não é visto – dá um peso dramático à experiência. Você sabe que ele está com sérios problemas mas não consegue ajudá-lo. O chão se movimenta e vibra com os trovões e com a força das águas nas paredes das salas.

Veja o video do projeto da Barbara:

[img by Daniel Loretto / Shutterstock]

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