Duas referências na adolescência me empurraram de vez para uma carreira ligada à #criatividade, antes mesmo de começar a pensar em propaganda: Gary Larson e Rod Serling.
Gary Larson é um cartunista, autor da série The Far Side.
E Rod Serling é o criador do The Twilight Zone (Além da Imaginação), série de TV de 1959.
Ambos têm uma característica em comum: um estilo típico da propaganda feita entre 1970 e 1990. Nessa época, tudo o que uma dupla de criação queria fazer era uma propaganda simples e inteligente. A famosa “ideia”.
Antes era a propaganda de produto. Depois de 90 veio a propaganda da piada bem produzida e de 2000 prá cá, veio a propaganda do bizarro e do incomum, por conta da viralidade da internet.
Mas na época da minha adolescência, criatividade era uma ideia simples e inteligente.
E por isso eu devorava o Far Side (fica pra outro post) e o Twilight Zone.
Rod Serling escreveu 92 dos 156 episódios da série.
Teve que brigar muito para viabilizar um programa que na época era diferente de tudo, tinha uma historia diferente a cada episódio e sempre um “plot twist”, que acabou virando uma especialidade de Serling (e do Larson e dos grandes da propaganda, cinema e outras séries de TV).
[mais sobre o “twist” neste post]
Na época Serling não aguentava mais escrever para programas de TV porque os patrocinadores mandavam em tudo. Tinham o poder da edição e da censura de todo material. Pedidos absurdos eram frequentemente enfiados goela abaixo como, por exemplo, a Ford mandar apagar o Chrysler Building do skyline de Manhattan. Se fosse hoje em dia, acho que o Rod Serling concordaria com a gente e jamais faria um post pago.
Cansado de escrever sem liberdade, resolveu criar seu próprio programa.
A primeira historia que escreveu era sobre um paciente de um psiquiatra que tinha sonhos vívidos sobre Pearl Harbor, um trauma de guerra. No final da sessão descobria-se que o traumatizado era na verdade, o próprio psiquiatra. Uma ideia simples, curta e com um twist. Levou lá para a Lucille Ball (santa Lucille Ball que salvou tantos roteiristas talentosos como o Gene Roddenberry e Star trek, por exemplo) e deu certo. O piloto foi produzido e foi um sucesso de crítica.
Durante os curtos 5 anos da série foi assim: os críticos amando, os telespectadores se acostumando. Infelizmente, os patrocinadores eram mais lentos nessa aceitação e não deu tempo para a série continuar, porque a produção era cara.
Twilight Zone lançou vários atores como William Shatner e Leonard Nimoy, Charles Bronson, Elizabeth Montgomery e Dick York (o casal da Feiticeira), Robert Redford, Burt Reynolds, entre outros.
Na minha adolescência era quase impossível achar o The Twilight Zone. Mas hoje em dia é baba, tem no YouTube e até no Netfilx, pra ver na TV mesmo. Eu sugiro pelo menos uns 3 episódios em sequência pra entrar no clima. Mas o ideal mesmo é uma maratona Twilight Zone, à noite.
Tem também as versões de 1985 e de 2003, J.J.Abrams e Leonardo Di Caprio envolvidos em projetos, HQ, programa de rádio, etc. Procure. Mas a primeira é imbatível.
Pra ir esquentando:
TO SERVE MAN
Alienígenas chegam a Terra oferecendo tecnologia para acabar com a guerra. Tudo vai bem até que o livro que trazem com eles é traduzido.
http://www.youtube.com/watch?v=hgQTESr6BC8
TIME ENOUGH AT LAST
Um amante de livros finalmente consegue o sossego e o tempo que precisa para ler. Até que… plot twist.
http://www.youtube.com/watch?v=XIDC-npDDOo
THE INVADERS
http://www.youtube.com/watch?v=j3YsyiKeSmg