Lollapalooza: da putaria à publicidade

Esta semana, a lenda Perry Farrell, do Jane’s Addiction, esteve no Brasil para dois eventos: primeiro, participou do lançamento do Lollapalooza 2014 – que deixou de ser organizado pela Geo e passou para as mãos da T4F – e depois esteve no MaxiMídia, contar o que espera do evento no ano que vem.

De manhã, foi de trem até o Autódromo de Interlagos, novo local do festival. É fato que será muito maior e mais bem distribuído – passa dos 120 mil metros quadrados do Peão do Prado, no Jóquei Club de São Paulo, para os 600 mil metros quadrados da pista de corridas e suas arquibancadas –, mas a mudança deixa de lado um dos charmes do evento, e defendido veementemente por Farrell quando decidiu-se fazer o festival em SP: o skyline da Marginal Pinheiros, que lembra o local do evento em Chicago.

Deve ter pesado a questão financeira: segundo o Diário Oficial da cidade de São Paulo, para você conseguir todas as áreas do Autódromo, durante duas semanas, basta desembolsar R$ 541.024,00. O desafio, agora, será convencer as pessoas que é bem legal ir com a quadra ônibus/metrô/trem/van até o Autódromo (se você já foi de trem, sabe que a ida é subida e não é tão perto quanto dizem).

À tarde, o cantor/artista/empresário foi até o Hotel Unique, novo local do MaxiMídia, para falar à uma plateia formada por um mix de publicitários e fãs – nem sempre nessa ordem – sobre a história do Lollapalooza e como a publicidade e tecnologia podem ajudar o evento em 2014. “Tivemos 25 anos para pensar em como o patrocínio funciona. Temos um novo paradigma: criar aplicativos que possam ser utilizados durante o festival, com experiências interativas para o público. Divulgar games interativos com patrocínios integrados”, explicou. Falta só alguém avisá-lo que nossa rede 3G não permite o acesso à internet nos smartphones em grandes concentrações de público. De repente, aí está uma ótima oportunidade para as operadoras. Seria inesquecível conseguir entrar na internet, postar fotos no Instagram, comentários no Faceboook e vídeos no Vine em qualquer lugar que tenham mais de cinco mil pessoas juntas…

No bate-papo com Guga Ketzer, sócio e diretor de criação da Loducca, Farrell lembrou que conseguiu fundos para o primeiro evento com uma parceria um pouco menos ‘católica’ com uma gerente, que já havia trabalhado como prostituta. “Dependia dos ativos daquela menina para ter fundos. Ela era muito amiga do pessoal da banda. Não sei como ela conseguiu o dinheiro. Só sei que conseguiu”, brincou.

Outro desafio da próxima edição do Lollapalooza será transformar os patrocinadores e suas ações perenes durante todo um ano. “Precisamos criar laços que durem mais tempo, não só naquelas semanas do festival”, reforçou. Outro desafio para as marcas que pretendem estar no evento do ano que vem, que vai acontecer entre os dias 5 e 6 de abril.

Neste final de semana, Farrell estará em Buenos Aires, onde o Jane’s Addiction toca no Personal Fest 2013 (olhem só: um evento de uma operadora. Será que lá pega o celular?). Quem quiser ver o show ao vivo na noite de domingo, basta acessar o canal do YouTube do evento, aqui.

Pra fechar, a maior música do Jane’s Addiction de todos os tempos. :)

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