mirOculus e o (não) futuro do câncer

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Fato nº 1) depois de doenças cardíacas, o câncer é a doença que causa mais mortes no mundo. Fato nº 2) muitas dessas vidas poderiam ser salvas se a detecção da doença fosse precoce.

Então já pensou se alguém botasse a caixola para funcionar e descobrisse que é possível juntar tecnologia e inteligência fortes o suficiente para detectar o câncer antes mesmo de ele se manifestar em estágios avançados? Bem, isso já é possível.

Um dos projetos criados no programa de verão da Singularity University (realizado no Research Park da Nasa no último ano) tem como nobre objetivo diagnosticar qualquer tipo de câncer dentro de uma hora, utilizando uma gotinha de sangue, um equipamento especializado e um iPhone. É, isso aí que você leu. Este é o emocionante projeto mirOculus.

http://youtu.be/FbXjlm2epro

Os participantes do programa da Singularity – alunos convidados e de diferentes partes do mundo – tinham como missão desenvolver uma solução que utilizasse um produto ou tecnologias para enfrentar desafios globais e impactar a vida de um bilhão de pessoas na próxima década.

Durante o programa, Pablo Olivares (médico e fundador da startup Dandoo) conheceu Faye Christodoulou (estudante de pós-doutorado da Grécia, especializada em microRNA), Alejandro Tocigl (especializado em business development), Ferran Galindo (especializado em marketing e user experience), Jorge Soto (Chefe de Inovação do governo do México) e Gilad Gome (pesquisador de biotecnologia da Universidade de Tel Aviv e ganhador do Prêmio Ramon). Eles foram eleitos para desenvolver um projeto capaz de impactar a saúde global.

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A solução foi o mirOculus, um teste bioquímico para ser usado como um sistema de alerta precoce de câncer, que funciona através da detecção de determinadas anomalias dos genes de microRNA.

Para obter um diagnóstico, o método Miroculus requer apenas uma gota de sangue de cada paciente. A amostra é colocada em uma placa especial, que é inserida no MIR.I.AM (este dispositivo portátil aí em cima foi desenvolvido por eles), e ao se conectar à Internet de um iPhone, por exemplo, o equipamento faz uma análise dos dados coletados e dá os resultados usando um processo baseado em algoritmos.

Com capacidade para detectar até 96 padrões de microRNA e mais de 50 tipos de câncer, o MIR.I.AM leva de 30 a 60 minutos para apresentar os resultados preliminares, que poderão ser facilmente interpretados por médicos e especialistas.

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O microRNA é um biomarcador (como nossas digitais), ou seja, é uma sequência de vias celulares que em sua assinatura podem distinguir – com precisão – o tecido normal do tecido tumoral, o tipo de câncer e o tecido de origem, e também descobrir em qual estágio o câncer se encontra, além de mostrar possíveis padrões de reprodução ou a presença de células malignas muito antes de a doença se tornar evidente nos testes tradicionais.

Atualmente, os exames que detectam o microRNA requerem equipamentos e materiais extremamente caros, além de operadores especializados (phD em microRNA) para realizar e interpretar os testes de detecção. Já a nova tecnologia da mirOculus oferece uma solução mais barata, mais eficaz e rápida, além de ser facilmente interpretado por oncologistas.

Ou seja, daqui a 4 anos, você poderá fazer seus check-ups anuais com o adicional de uma verificação de rotina de câncer. Caso seja detectada alguma anomalia, é possível que o tratamento seja feito antes mesmo do primeiro estágio da doença, aumentando em cerca de 80% a chance de cura. E o custo do equipamento – cerca de 100 dólares (!) – é muito mais barato do que os aparelhos e métodos tradicionais, o que possibilita também a solução em países em desenvolvimento e em extrema pobreza.

A ciência e a tecnologia atacando o câncer antes que ele ataque a gente.
Como sabiamente diria Jesse Pinkman de Breaking Bad: “Yeah Science, bitch!”. :)

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