Ensino flipado: aula em casa, lição na escola

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Ensino flipado é um método em que, ao invés de aula na escola e lição em casa, a aula é em casa e a lição é na escola.

O aluno assiste as aulas online, em casa e no seu próprio ritmo. Pode pausar, voltar trechos, acessar links. Depois todos se encontram na escola para experimentar na prática o que aprenderam e tirar as dúvidas. O professor, oficialmente, passa a ensinar ao invés de papagaiar a matéria.

Existem várias pistas de que a técnica é boa. As novas gerações já estão muito acostumadas ao consumo online de todo tipo de conteúdo. Pesquisam na internet, conversam pelo Skype, socializam pelo Facebook. É absolutamente natural. O fato das aulas online serem gravadas pelo próprio professor da turma, facilita ainda mais a experiência, como se estivessem de fato no mesmo ambiente.

A Academia Khan e o “Hole in The Wall” (computadores deixados em áreas carentes onde as crianças aprendem sozinhas, sem qualquer instrução) são bons exemplos.

A “terceirização” da entrega da matéria que pode ser consumida em ritmos diferentes ajuda a resolver um grande problema que é a diferença de velocidades entre alunos da mesma turma. Todos chegam para o presencial na mesma página, e o tempo que cada um levou não faz diferença.

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E quando estão todos juntos, um aluno pode ajudar ao outro, criando um ambiente de aprendizado e de ensino coletivo (não há melhor maneira de aprender do que ensinando).

O aluno aprende a matéria e, principalmente, como aprender sozinho. Essa é a melhor parte, habilidade fundamental para um futuro bastante próximo.

Enfim, sempre criticamos (eu, pelo menos) as instituições de ensino por aqui. O mesmo respeito crescente que tenho pelos que ensinam, tem diminuido pelas organizações onde o ensino acontece, geralmente atrasadíssimas. Achei que valia a pena dar alguns exemplos como esse, da aula flipada, que é simples e genial ao mesmo tempo.

A única brecha que eu sempre fico pensando em sistemas como esse, com mais autonomia para os alunos, é a questão da auto disciplina necessária para funcionar.

Será que eles têm?

Como um aluno, sozinho em casa, vai conseguir ter concentração e vontade para sentar e assistir a aula, se bem alí ao lado tem o video game, a TV e o Facebook?

No fim acho que a revolução na educação vai precisar ter uma atenção especial em como desenvolver essa habilidade. De novo, a parte comportamental, sempre ela. Eu, como pai e home worker, confesso que não sei como vai ser.

Talvez como sempre foi: medo e/ou encantamento.

SE VOCÊ FOSSE UM ESTUDANTE E PUDESSE CRIAR O JEITO IDEAL DE APRENDER, COMO SERIA?

Encontrei essas perguntas imaginadas pelo Professor Tim Cigelske. Acho que são a base do questionamento da necessária e urgente revolução no ensino.

01. Para que aprender? Para você mesmo? Para passar no vestibular? Para arrumar um emprego? Por curiosidade?

02. Que tipo de coisas aprenderia?  Fatos? Fórmulas? Conceitos? Ideias? Maneiras de se pensar?

03. Quem ensinaria? Professor? Cada hora um convidado diferente? Escritores? Online? Você mesmo?

04. Qual o método? Aula tradicional? Discussões? Perguntas e Respostas? Pesquisa? Auto-didatismo?

05. Quando aprenderia? No seu ritmo? No ritmo de outros?

06. Onde aprenderia? Sala de aula? Fora da sala? Passeando? Viajando? Em casa?

Se você respondeu pensando em você, imagine agora pensando em alguma criança (filho, filha, sobrinho, etc).

Um dia ainda vamos todos (pessoas, organizações, governos, planeta) perceber que estudar para passar no vestibular é muito pouca ambição. É pensar pouco. É pensar pequeno demais.

img: vita khorzhevska/Shutterstock

 

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