Esse post vai fazer você chorar

Ou melhor, vai nada. Aqui não tem nenhum depoimento emocionante nem foto de um desastre. De fato, dificilmente você vai chorar com meu texto mas ainda assim, espero muito que você leia até o fim.

Desta vez resolvi aproveitar meu espaço no UoD para fazer um alerta e uma crítica a essas estratégias de marketing apelativas que tomaram conta das redes sociais. Alguns profissionais de midias sociais inexperientes e sem formação alguma estão desmoronando todo o trabalho que outros bem intencionados construíram ao longo dos últimos anos. Humanizar uma marca e inserí-la na conversação das redes sociais não é fácil.

Não somos mais crianças brincando no playground das redes sociais. Quem é do ramo já sabe, por exemplo, que não vale nada ter uma grande audiência no Facebook se o seu engajamento é nulo. Pena que poucos diretores de marketing assimilaram isso ainda. Bom, mas isso é outro assunto.

Estamos todos querendo descobrir estratégias para garantir que nossos posts sejam lidos e gerem alguma forma de interação (curtir, comentário ou clique no link). O meu incômodo é que na busca desenfreada pelo engajamento, muitos apelam para o dramalhão descontextualizado (algo parecido com o que fiz no título desse post).

Apelação emocional ou imagens polêmicas tornaram-se fórmula de sucesso nas redes. Posts sensacionalistas. Faz-se de tudo para você clicar e curtir. Parem com isso, por favor!

Quem faz isso em geral está em busca do resultado imediato. Quer mostrar ao chefe um relatório com bons índices de retorno de engajamento da fan page, mas pouco está preocupado com o branding da marca. Falso engajamento. Ao publicar somente posts de piadas que de fato são bem humoradas, mas completamente desconectadas com o posicionamento e os valores da marca, o tal produtor de conteúdo para mídias sociais nem imagina o estrago que faz na imagem da marca a longo prazo. Piada pode, mas quando tem aderência com a marca e/ou o produto.

O profissional que opta por essa estratégia do “likes a qualquer custo” não tem compromisso com a empresa onde trabalha. Outro problema desses novos tempos: são poucas as pessoas que hoje possuem muitos anos dentro da mesma empresa. Se o profissional não tem qualquer expectativa de construir uma carreira dentro da empresa onde trabalha, qual razão de se preocupar com a imagem da marca a longo prazo?

Veja portanto que o buraco é bem mais fundo. Minha crítica passa pelas estratégias de conteúdo para mídias sociais mas tem como base algo maior: os parâmetros que definem o compromisso do profissional com a marca da empresa e não apenas com a entrega imediata de resultados superficiais.

Faz parecer aquele grande veículo da imprensa brasileira que na sua página do Facebook publicou algumas vezes posts com imagens e frases sensacionalistas, estratégia descarada para gerar cliques no link para a notícia no portal online. O profissional responsável pela presença digital deste veículo de notícias nem imagina o quanto está prejudicando uma marca que tem uma imagem séria e compromissada com o leitor.

Precisamos amadurecer e ganhar responsabilidade, ou então muito em breve, perderemos a credibilidade. Ninguém entra numa rede social com o propósito de interagir com marcas. Se o faz é porque o assunto interessou. No princípio a piada ou o apelo sensacionalista pode atrair, mas se for completamente descontextualizado, o usuário não vai mais cair na mesma armadilha. Vai acontecer algo parecido com o que ocorre com os formatos tradicionais de propaganda online. Passam desapercebidos.

 

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