“Pense pequeno” e mais duas coisas que aprendi ontem no SXSW

testeirasxsw2014

motti2por Ricardo Motti, diretor de criação da w3haus

Caldo do primeiro dia:

Mais do que criar coisas espetaculares — aquelas do tipo “uau! como os caras pensaram nisso?” —, inventar coisas que resolvem problemas.

Resolver problemas é bem mais do que pensar um app que, sei lá, liga sua TV quando você entra em casa. É fazer esse app funcionar tão perfeitamente que o consumidor não vai acreditar que sobrevivia antes daquilo.

Muito se falou sobre métodos pra criar coisas que funcionem: novas formas de brainstorm (se você for ansioso, está seis parágrafos abaixo), prototipagem e testes pré- e pós-lançamento.

Daí que nossa tão-desejada big idea é só um pedaço do problema. Um pedacinho. Talvez 10%.

Pensar pequeno é gastar horas matutando detalhes que vão fazer a solução ser útil, amigável, linda e desejada (nessa ordem). Não tem tanto glamour quanto ter a grande ideia, mas quem sabe um dia milhares de passageiros de táxi felizes fazem uma estátua pra você.

Segunda lição: Nós, publicitários, estamos lascados.

A dinâmica agência-cliente não serve pra resolver problemas dos usuários. Na maioria das vezes, serve pra falar que fez. Por isso, o Argumento Infalível no Keynote é: “Vamos ser os primeiros do mundo a vestir um elefante de palhaço e…”. E pimba!, direto pro portfolio.

Sabe o Spritz, um app que te ajuda a ler duas vezes mais rápido? Belo problema resolvido. Mas os caras ficaram quase três anos testando antes de lançar.

Você não tem um ano para inventar um app, prototipar, layoutar, programar, testar, relayoutar, reprogramar, re-testar, lançar e continuar aprimorando. Com sorte, você tem três meses. Com muito palpite no caminho e muita escolha feita sem testes.

Talvez o app fique decente. Mais provável que fique ruim, feio e chato de usar. E haja grana em mídia pra conseguir 20 mil downloads prometidos pro cliente.

Terceira lição: O brainstorm vai morrer.

Ao menos, o bom e velho brainstorm como a gente conhece. Vai morrer porque é um processo demorado, ineficiente e bem sofrido.

O time de prototipagem da Adobe contou o método que eles usam pra ter ideias. Chama brainwriting. É fácil de explicar.

1. Defina uma pergunta. Por exemplo: “Como ajudar o desenvolvedor a não ter que ficar caçando layers em PSDs desorganizados?”
2. Cada pessoa escreve quantas ideias conseguir em cinco minutos.
3. Troca seu papel com outra pessoa e lê as ideias.
4. Adiciona mais ideias em cinco minutos.
5. Repete de três a cinco vezes.
6. No final, agrupa as ideias parecidas e daí escolhe como seguir.

Os objetivos são gerar muitas ideias e colocar todo mundo em pé de igualdade. Tanto quem fala demais no brainstorm (desculpa, time) quanto quem fala de menos mas tem ideias boas.

Bom, eles disseram que na última sessão, com oito pessoas participando, eles geraram 122 ideias de soluções em 30 minutos.

Tô ansioso pra testar. Parece um bom jeito de pedir 122 ideias para uma equipe sem encontrar sua cabeça em uma estaca na frente do Clube de Criação.

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