SXSW: The Internet’s Own Boy

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Daniele Marques é sócia e diretora de conteúdo na Bold Conteúdo.

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Quem parou um pouquinho para especular sobre quais seriam os grandes assuntos do SXSW este ano certamente pensou na questão da segurança e regulamentação do acesso à informação. E obviamente acertou. O tema dominou grande parte das conversas dentro e fora das salas do evento e, me arrisco a dizer, promoveu as discussões mais interessantes.

Depois de Julian Assange falando ao vivo direto de seu refúgio na embaixada do Equador em Londres; Edward Snowden atravessando 7 servidores proxy e dizendo que faria novamente todas as revelações que o mandaram para o exílio na Rússia; e Eric Schmidtt, chairman do Google, afirmando que a empresa não cede informação ao governo, que “eles simplesmente chegam e levam o que querem”, ficou praticamente impossível não se envolver no debate.

O documentário “The Internet’s Own Boy”, que conta a história de Aaron Szwartz, entrou nesse cenário no timing perfeito para enriquecer a conversa. Prodígio da computação, criador do Reddit e do RSS, hacker e ativista político, Aaron cometeu suicídio aos 26 anos, enquanto respondia a um processo por roubo de quase 5 milhões de textos acadêmicos com o objetivo de distribui-los – há imagens de Swartz recolhendo o HD de um computador que implantou no servidor do MIT, mas não houve comprovação da acusação de que ele iria compartilhar o conteúdo.

O ativismo de hackers em prol de regulamentações diferentes para o acesso à informação na internet já tinha sido abordado em outro documentário do mesmo diretor, lançado no SWSX 2012, o “We Are Legion”, que conta a história do Anonymous e mostra as acusações e penalidades sofridas por membros do grupo.

Presente na exibição, o diretor Brian Knappenberger contou que entrou na história sem uma opinião formada sobre a morte de Swartz e que, sim, agora acredita que a grande motivação do suicídio foi a pressão exercida pelas ameaças e acusações do governo.

O filme, além de contar uma história triste que merece ser amplamente divulgada, serve como reforço para o atual propósito da família Swartz, a aprovação do projeto de lei nomeado “Aaron’s Law”, que pede reforma na atual regulamentação de crimes na internet, excluindo e atualizando os termos de violação vigentes.

Vale dizer também que o projeto foi totalmente patrocinado por crowdfunding via kickstarter (saiba mais aqui). Ficou com vontade de assistir? Segura só um pouco porque o diretor já se comprometeu a dividir a obra de acordo com as regras do Creative Commons, projeto do qual Aaron também foi co-autor. Nada mais justo.

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