Andar, mandar mensagem de texto e chupar cana

Calçadas NYC

Andar pelas calçadas de NYC tem seus desafios. Um deles, brinco sempre com meus amigos, é ter que esperar para atravessar a calçada (não a rua).

Na era do smartphone, fica ainda pior. O próprio NY Times compara o desafio de andar pelas calçadas de NYC a um jogo de futebol americano ou rugby. A diferença é que os jogadores estão todos com seu campo de visão prejudicado, já que têm toda sua atenção voltada à tela do celular.

O assunto já virou até um mini-documentário, criado por Casey Neistat e alertando sobre os riscos do “text and walk”. Segundo o autor, a prática é quase tão perigosa quanto usar o celular enquanto dirige. Em 2008 foram mais de 1000 pedestres no pronto-socorro que se machucaram por andar e digitar no celular ao mesmo tempo. Imagina esse número em 2014, onde quase todo mundo tem um smartphone no bolso pipocando notificações de todas os aplicativos possíveis e imagináveis.

Repare que no final ele mostra até uma boa prática: encostar na parede enquanto usa o celular, deixando o fluxo livre para os outros transeuntes.

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Hoje já existem aplicativos que tentam solucionar esse problema – como o Type N Walk para iPhone e o Walk N Text para Android. O que esses aplicativos fazem é ligar a câmera do usuário e deixar o fundo da tela “transparente”, de forma que você consiga ver o que está acontecendo na sua frente sem precisar desgrudar o olho da tela nem por um segundo. O problema é que ainda não existe uma solução oficial para isso (hoje não é possível utilizar o Type N Walk com o iMessage, por exemplo).

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Mas a Apple parece já estar de olho nesse problema. Recentemente ela anunciou uma patente de tecnologia similar para o iPhone. A mesma tecnologia que esses outros aplicativos já usam, mas agora integrada a aplicativos nativos de iOS (e tomara que com todo o cuidado da Apple ao desenhar experiências desse tipo).

Ergonomicamente, ainda não resolve 100% do problema – já que ninguém segura o celular em posição vertical enquanto está digitando – mas já ajuda.

No mesmo nicho de mercado: smartwatches e tecnologias de comando de voz tentando fazer você interagir com tecnologia sem precisar tirar o celular do bolso.

Interessante que essas tecnologias todas não estão brigando pela atenção principal do consumidor; estão brigando pela secundária. E viva a ilusão de ótica do multi-tasking.

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