O que a anestesia fez pelo mundo

Um cirurgião levou seu carro até um mecânico amigo, para um reparo. Enquanto trabalhava no motor, o mecânico comentou:

“É meu amigo, estava aqui pensando e acho que temos um trabalho bem parecido.
Pensa bem: eu abro o capô do carro, examino e localizo o problema, uso minhas ferramantas, limpo uns cilindros, desmonto umas válvulas, desobstruo os tubos, deixo tudo em ordem, monto o motor de novo, fecho o capô e deixo seu carro funcionando direitinho. Bem parecido com o que você faz… apesar de você ganhar uma fortuna e eu não.”

O cirurgião pára, pensa um pouco e responde:

“Experimenta fazer isso tudo com o motor ligado”.

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A HISTÓRIA DA CIRURGIA

Ontem estava lendo sobre essa especialidade da medicina, chamada cirurgia.

A gente nem lembra que é uma especialidade, a primeira coisa que vem à cabeça é o procedimento, mas tem mesmo uma turma da medicina especializada em te cutucar. Por dentro e por fora.
Aliás, “cirurgia” é um termo que poderia ser usado na feirinha hippie também porque significa “fazer com as mãos”.

Não vou me aprofundar muito na história desses heróis, mas vou te dar o tema das sua orações de hoje à noite. Quando for dormir, agradeça muito, mas muito mesmo por ter nascido depois do dia 18 de novembro de 1846.
Nesse dia, há apenas 166 anos (praticamente “ontem”, em termos de história) foi publicado um relatório chamado ““Insensibility during Surgical Operations Produced by Inhalation” (insensibilidade durante operações cirúrgicas produzida por inalação), em que Henry Jacob Bigelow relatava as experiiencias bem sucedidas de um dentista que colocava seus pacientes para dormir com éter e que os deixava insensíveis à dor.

Um dia especial para a humanidade.

Ganhamos a anestesia.

Ganhamos da dor. Não daquela que conhecemos, mas de outra que fomos poupados: a dor insuportável.

COMO ERA

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Antes da anestesia, uma cirurgia era praticamente uma tortura lenta seguida de morte, já que a maioria dos pacientes acabavam morrendo no procedimento ou algum tempo depois, de infecção.

Uma sala de cirurgia era muito diferente dessa que a gente conhece, super asséptica e tão tranquila que se ouve apenas o bip-bip das máquinas. Antigamente essas salas eram cenários para espetáculos de horror, com gritos de desespero que eram ouvidos de longe e os cirurgiões precisavam ter um grau de frieza, técnica e controle absurdos.

Uma cirurgia de catarata, por exemplo, era feita com ferramentas que pareciam colheres, enfiadas por trás dos globos oculares (já tô vendo sua cara se retorcendo, já vou parar de falar nisso).

Os médicos precisavam ser muito bons em anatomia.

Veja o depoimento do Dr. William Hunter, para um grupo de estudantes, no século 18:

“A anatomia é a base da cirurgia. Ela informa nossa cabeça, guia nossas mãos e nos prepara o coração para uma espécie de desumanidade necessária.”
Coisa de heróis, mesmo. Um deitado e outro em pé.

Só mais um exemplo, aguenta firme (de novo algo que a gente nem pára para pensar): as amputações.

Amputações, apesar de serem procedimentos radicais, salvavam muitas vidas.

Antes da anestesia, sabe qual era a habilidade mais importante de um cirurgião?

A velocidade.

Amputar rápido era mais importante do que amputar com cuidado.

A dor era tão intensa que não poderia ser suportada por um periodo muito longo.

Pernas eram amputadas apenas por cirurgiões muito experientes e em menos de 3 minutos! Imagine a brutalidade do procedimento.

O historiador Richard Hollingham conta que certa vez um cirurgião famoso por sua rapidez, cortou 3 dedos de um assistente seu durante uma amputação. Um aluno que observava tudo teve um ataque e morreu e também  o paciente e o assistente, dias depois, de infecção. Foi o único caso conhecido de um procedimento cirúrgico com  300% de mortalidade.

Pronto, não vou descrever mais nenhuma barbaridade.

Mas resolvi postar porque fiquei bem feliz em estar vivo numa época em que existe a anestesia e achei que você também ficaria. Outra coisa importantíssima que nunca tinha parado para pensar é enxergar os anestésicos não apenas com a função de nos poupar dos horrores da dor, mas principalmente como os grandes reponsáveis pelo aumento da meticulosidade nos procedimentos cirurgicos, que passaram a ser feitos sem a pressa e sem a pressão absurda de antes.

Na verdade, as cirurgias começaram mesmo com a anestesia, antes acho que era outra coisa, era meio desespero de causa.

A anestesia inventou o cirurgião.

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Hoje, fazer uma cirurgia não tem nada de horror.

Os médicos têm à disposição mais de 2.500 procedimentos cirúrgicos diferentes e mais de 50 milhões de operações são feitas anualmente, só nos Estados Unidos.

Nossos heróis cirugiões agoram salvam vidas aos milhões e a ingrata cirurgia de outrora se transformou na grande estrela e representante dos avanços da medicina.

O “fazer com as mãos” vem se transformado rapidamente no “fazer com as máquinas” e as cirurgias são cada vez menos invasivas. Em breve, nem mais invasivss serão em alguns casos, por causa da nanotecnologia (basta engolir ou injetar uns robozinhos e pronto). Realmente não há limites para o que a combinação entre cirurgiões e máquinas poderá alcançar.

Um viva a anestesia e aos médicos, nossos super-heróis da vida real. Não é para qualquer um.

O texto completo com mais detalhes incríveis você encontra aqui (vale a pena, e olha que eu sou do tipo que fujo de médico)

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