Like a Boss
Certas coisas a gente acha que ninguém sabe e todo mundo sabe.
Outras vezes, a gente acha que todo mundo sabe mas ninguém sabe. E com a internet, só piora.
Enfim, eu não sabia.
O fato é que os uniformes pretos do alto escalão nazista eram todos Hugo Boss, a marca alemã que hoje é sinônimo de elegância e sofisticação em ternos pretos para homens de sucesso e gel.
Essa história começou com ele:
Hugo Ferdinand Boss, nazistão roxo, que em 1931 se filiou ao Partido Nacional-Socialista (NSDAP), de Adolf Hitler.
Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa desenhou e produziu uniformes de tropas e oficiais da Wehrmacht e SS. Além disso, a empresa foi acusada de usar mão-de-obra forçada, onde os trabalhadores tinham uma carga diária de 12 horas, com um curto período de intervalo.
Após a derrota do III Reich, foi levado aos tribunais mas pegou penas brandas, condenado a indenizar as famílias dos trabalhadores forçados.
O garoto-propaganda mais famoso da Hugo Boss
Em 1993 os dois netos de Hugo Boss, que fizeram da empresa e sua linha de roupas masculinas uma marca de alta qualidade, aposentaram-se e sessenta e quatro por cento das ações foram vendidas à Leyton House. Que por sua vez, só foi descobrir em 1997 esse passado tenebroso, quando o nome “Hugo Boss” apareceu na contabilidade nazista apresentada por bancos suícos.
O pessoal do marketing não ficou muito feliz com a novidade, mas foi só em 2011 que vieram à público para um esclarecimento e um pedido oficial de desculpas por ter usado mão de obra escrava na produção de uniformes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. No comunicado, a empresa expressa o seu profundo pesar às vítimas que sofreram na fábrica dirigida por Hugo Ferdinand Boss.
“Nós nunca escondemos nada e sempre buscamos trazer clareza ao que aconteceu no passado. É nossa responsabilidade com a empresa, com nossos funcionários, nossos clientes e com todos os interessados na história da Hugo Boss.”
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