O (mito do) híbrido UX/UI designer

1-gzR1TZ_yHa6eZDVAtSnhtQHá algum tempo tenho reparado que vários profissionais estão atualizando o nome do cargo no Linkedin para UX/UI Designer. E esses dias me deparei com esse artigo de Catalina Rusu chamado “Desmascarando o mito de UX”, que fala precisamente sobre esse mesmo assunto.

O artigo começa com o seguinte lembrete:

“Vamos deixar uma coisa clara — se você está querendo que os consumidores comprem seu produto ou usem seu serviço, hoje em dia, você precisará tanto de uma User Experience (UX) quanto de uma User Interface (UI). Mas UX não é igual a UI.”

Depois de um tempo que o nome “UX/UI Designer” começou a surgir por aí, ficou muito mais raro encontrar empresas querendo contratar “apenas” UI Designers. Por que eu vou abrir duas vagas se eu posso pagar um salário só para ter o pacote completo? E foi aí que os designers começaram a perceber que adicionar a barra inclinada no nome do cargo ajudava a torná-los mais atrativos para as empresas contratantes. Dois-em-um. Muito melhor.

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O problema, segundo o artigo, é o seguinte:

“Mudar o nome do cargo não te transforma automaticamente em uma coisa que você não é, sem que haja algum tipo de treinamento formal ou informal, experiência de trabalho, tentativa e erro, ou seja o que for.”

E prossegue:

“Isso não impede que um UI Designer seja também um UX Designer, mas vamos parar de achar que uma pessoa treinada para um tipo de trabalho está automaticamente capacitada para realizar um outro que é um tanto diferente, só porque os títulos desses dois cargos tem várias letras em comum.”

Polêmico. E nesse ponto eu discordo um pouco.

Eu mesmo conheço vários UX/UI designers que realmente têm experiência nessas duas áreas. Profissionais que conseguem pensar nos detalhes das interfaces, nas peculiaridades das interações, design visual, branding e usabilidade — e que também são ótimos em fazer pesquisas com consumidores, definir estratégia de produtos, roadmaps, testes de usabilidade, colher insights e ajudar a definir o público-alvo do produto, bem como suas necessidades e desejos ao percorrerem a jornada.

Na dúvida, o artigo termina com uma lista de atividades comuns de um UX Designer, como forma de ajudar o profissional que está no meio do caminho a entender se ele realmente desempenha esse papel (UX) ou se ele está mais focado no desenho das interfaces (UI):

  • Pesquisa de campo
  • Entrevistas com usuários
  • Personas e user stories
  • Design de produto
  • Design de interação
  • Arquitetura de informação
  • Terminologia e criação de metáforas
  • Estratégia de conteúdo
  • Usabilidade
  • Criar processos dentro das empresas que vão ajudar com a experiência do consumidor
  • Evangelizar o design centrado no usuário dentro das empresas
  • Coordenar brainstorms
  • Trabalhar próximo a programadores, UI designers, redatores, profissionais de suporte
  • Analisar o comportamento do consumidor (antropologia, psicologia, sociologia)
  • Criar wireframes
  • Criar mapas e jornadas da experiência do usuário
  • Definir, acompanhar e otimizar métricas de sucesso
  • E finalmente, conseguir conectar todas as peças do ecossistema digital que está sendo criado
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