“I am not THE Robot”

binabruno

Disse Bina quando pedi para tirar uma foto. Ela é uma das únicas pessoas do mundo que pode falar esta frase. Bina tem um mindclone, construido por sua esposa, Martine Rothblatt.

O mindclone se chama Bina48, e, em entrevista recente para a New York Times Magazine, confessou ter inveja da Bina de carne e osso. Na verdade, mais do que inveja: ela se sente pressionada por ser comparada a uma pessoa tão incrível. Bina48 também quer ter mãos. Hoje ela é um busto na casa de campo do casal.

Martine acredita na imortalidade. Ela pensa que iremos nos unir com os entes com inteligência artificial para evoluir nossa raça. Além disso, ela tem uma empresa que faz pesquisa para prolongar a vida, como a modificação genética de porcos para que possamos usar seus orgãos. Empresa criada pra salvar a vida da sua filha, que teve um problema nos pulmões.

unnamed

Em um mundo onde conviveremos juntos, nós e os robôs, Rothblat acredita que faremos as tarefas mais emocionais, enquanto os robôs farão as mais racionais. Alguns pensadores vão além, como Andrew Keen, autor do livro “Why the internet is not the answer” – que defende que atividades como limpar banheiro e cortar a grama serão performadas por nós, uma vez que é mais fácil ensinar um robô a fazer tarefas mais complexas do que as do dia a dia.

Some a isso a crença do director do Google X, Astro Teller, que confessou em sua apresentação que o maior defeito que eles encontraram para o carro que se auto dirige é o back-up humano, que deveria entrar em ação no caso de algo dar errado. Nos testes, eles têm melhores resultados – menos acidentes – quando os humanos são tirados da equação.

Fica quase evidente a nossa obsolescência. E isso já impressiona os cidadãos biológicos: na segunda-feira, aqui em Austin, um grupo de pessoas protestava contra os robôs e a inteligência artificial. Protestavam para que Bina48 não tivesse direito a uma vida autônoma, a tomar decisões por ela mesma.

Definitivamente, não sabemos como lidar com a possibilidade da existência de uma nova espécie que não se liga para comida, dinheiro ou outras questões tão importantes pra nós. Acreditávamos que seriamos os senhores dessa relação, mas alguns fatores indicam que não. Eu, inocentemente, não me importo.

Na foto que tirei da Bina, é possível ver a felicidade das pessoas ao lado dela. É possível captar seu sorriso e parte da sua história. Assim como seu mindclone, é possível captar parte de quem ela é, mas não ela inteira.

Adoraria ter tirado a foto do robô.

*A cobertura do Update or Die tem o oferecimento do Santander. Apoio cultural do Twitter Brasil e Apex-Brasil, parceria de conteúdo com a Revista Trip e a produtora de áudio Luchalibre.

Receba nossos posts GRÁTIS!
Deixe um comentário

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More