Você não lembra como foi. Você lembra como acha que foi.

Como parte da celebração de dez anos do UoD, criamos uma coleção especial de camisetas com o pessoal da Reserva. As frases estampadas foram retiradas de posts históricos. A ideia é recuperá-los em uma série de posts semanais.

“LEMBRAR é também um ato de CRIAÇÃO e FANTASIA.”

Post de Wagner Brenner no dia 04 de fevereiro de 2015

 

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O que passou, passou.

Dizem que o passado não dá para mudar.

Mas será mesmo?

Os cientistas estão descobrindo agora que, cada vez que você lembra de alguma coisa, você altera a memória do que de fato aconteceu, com a sua interpretação. Ou seja, dentro do seu cérebro, o fato vai se transformando na sua interpretação do fato.

Por exemplo: você se lembra do seu primeiro dia na escola, quando você era criança? Lembra da escola, da sala de aula? Talvez da professora?

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Neste exato momento, só de lembrar desse dia, você distorceu a realidade e a substituiu por outra, contaminada pela sua emoção e sua interpretação da pessoa que você é HOJE..

Antigamente se achava que as memórias ficavam guardadas em algum lugar específico do cérebro, mas já descobrimos que, na verdade, elas são sinais e impulsos eletromagnéticos. Aliás, essa descoberta resolveu em parte um clássico mistério: se é verdade que nossas células são completamente renovadas em aproximadamente 7 anos, como é que a gente pode ter memórias de infância? É por isso, pelo fato de serem impulsos eletromagnéticos, como se fossem as nuvens que flutuam sobre a Terra. A terra poderia até mudar completamente, sem que isso afetasse as nuvens (um exemplo meio drástico, mas você entendeu).

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COMO FUNCIONA ESSA AUTO ENGANAÇÃO DE LEMBRAR DO JEITO QUE A GENTE QUER E NÃO DO JEITO QUE REALMENTE FOI?

gcanimCada vez que você lê, assiste TV ou ouve uma música, seus neurônios criam novas ligações e, literalmente, a trama-neural dentro do seu cerébro muda. A cada atividade, o circuíto resultante dessas novas conexões muda, físicamente. Temos um cérebro novo, a cada segundo. Essa renovação das ligações é facilitada por proteínas, que à medida que vamos envelhecendo, vão perdendo a concentração. As proteínas vão perdendo a concentração, e a gente também. Nossa habilidade de lembrar ou reconstruir nossas memórias vai piorando. É como se as ruas de uma grande cidade fossem ficando em piores condições de rodagem. E aí, cada vez que você se recorda de alguma coisa distante, o seu pensamento atual acaba alterando a memória um pouquinho.

"Você não se lembra da nossa época de escola? Você era APAIXONADA por mim!"
“Você não se lembra da nossa época de escola? Você era APAIXONADA por mim!”

Descobrimos que LEMBRAR é também um ato de CRIAÇÃO e FANTASIA, muitas vezes, inconsciente.

Sabe aquela frase “quem conta um conto aumenta um ponto”? Podia ser “quem LEMBRA um conto aumenta um ponto” também.

Teoricamente, dá até para diminuir certos traumas, se você conseguir lembrar deles de um jeito mais engraçado ou bem humorado. Existem pessoas que sofrem de stress pós-traumático e que são tratadas fazendo esse tipo de dinâmica associativa, passando um verniz de coisas positivas sobre as memórias negativas.

Minha mulher adora contar histórias sobre mim para o meu filho, da época em que a gente era solteiro, totalmente re-interpretadas. Eu costumo dizer que ela fica inventando lendas e que, de tanto repetir, ela mesmo acaba acreditando que são verdade.

Agora tem comprovação científica do ato.

[via]  “The neural rewiring hypothesis” – Hemant Jain

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