A lógica dos games aplicada ao cinema

Que filmes viram games e games viram filmes todo mundo sabe. Exemplos não faltam. Era comum um blockbuster de sucesso emplacar um game como desdobramento de produto. No meio do caminho a coisa se inverteu, e games começaram a se transformar em filmes; daí exemplos não faltam, como Silent Hill, Resident Evil, Super Mario Bros e tantos outros.

No entanto, a ideia desse post é falar de filmes que usam a lógica dos games em sua narrativa. Selecionei alguns exemplos que gosto bastante para ilustrar esse ponto:

1. eXistenZ

Clássico do diretor David Cronenberg. No filme há uma espécie de “console orgânico” que se conecta à espinha das pessoas e as transporta para um ambiente de realidade virtual. A ideia da película já flertava com alguns conceitos explorados em Matrix.

2.The game

O nome é genérico, mas a trama é bem legal. The game é um thriller estrelado por Michael Douglas e Sean Penn que trabalha muito bem a ideia de A.R.G. (Alternate Reality Game). Na trama, Nicholas Van Orton (Michael Douglas) recebe um presente inusitado de seu irmão: um convite para entrar em um jogo ambientado na vida real. É muito legal ver algumas ideias usadas em ARGs publicitários e ações de guerrilha elevadas ao extremo para contextualizar as situações de perigo do filme.

3.Gamer

Esse tem o DNA de first person shooters do começo ao fim. Gamer é um filme sobre condenados que são controlados por pessoas em um jogo mortal transmitido na televisão. Logicamente há um drama envolvendo a personagem de Gerard Butler para dar consistência ao tiroteio lúdico que é a ambientação do filme.

4.Corra, Lola, corra

Correr, realizar uma missão, morrer e começar de novo. Corra, Lola, corra foi bastante inovador em sua época ao trazer essa ideia do universo dos games para seu roteiro. O filme gerou um sem número de dissertações de mestrado e teses de doutorado que analisam como as linguagens lúdicas são apropriadas e ressignificadas na narrativa do filme.

5. Jogos mortais/O cubo: dois clássicos de resolução de puzzles

Eu gosto muito do primeiro Jogos mortais. Acho bastante simples e divertido como cada puzzle vai sendo construído e o espectador é convidado para resolver o enigma junto. Os outros da série eu não gostei, mas o primeiro tem uma essência de game muito bem construída no seu roteiro. Já O cubo é uma das minhas ficções favoritas. A lógica de resolver puzzles para “passar de fase” é muito divertida na narrativa do game, ops, filme. Gosto muito da atmosfera na qual nada é explicado e o espectador tem que construir a teoria na sua cabeça.

https://youtu.be/MY5PkidV1cM

Desses breves exemplos fica uma importante reflexão: assim como as linguagens do cinema começam a permear os games o contrário também se faz verdade. Os games como plataforma de mídia e espaços de construção de significado acabam influenciando outras searas do entretenimento e gerando excelentes desdobramentos híbridos.

Esse post me inspirou a fazer um mapeamento de games que viraram filmes. Acho que pode ser o assunto para um conteúdo vindouro.

#GoGamers

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