Acaba Logo 2015 (2014…2013…)

Todos os anos é a mesma coisa. Vai chegando novembro e dezembro e muitos posts com a frase “Acaba logo 2015 (2014…13…12…)” começam a surgir na timeline do Facebook.

Não quero dizer que esse ou qualquer outro ano foi maravilhoso e que as pessoas devem postar frases de sucesso. O que me incomoda, é que pelo pouco que acompanho a vida on-line e off-line dessas pessoas, elas parecem inertes às mudanças e a grandes passos na vida.

As mídias digitais tornaram-se um local no qual as pessoas gozam em terceirizar a culpa de seus fracassos para qualquer outro setor que não seja o da própria responsabilidade. A política, o consumo, o desemprego etc. Claro que são fatores em crise, mas o que me parece mais instável são as atitudes a longo prazo da maioria dos que amam quando chega dezembro só para dizer que não vê a hora do próximo ano chegar. Acontece que no mesmo mês do próximo ano, com ou sem impeachment, com ou sem mais empregos, essa (e novas pessoas) continuarão chorando porque o ano foi uma merda.

Essa espécie de vitimização, típica dos nossos contemporâneos, gera likes e shares. Ter sucesso (e postar isso) é ir na contramão do estado natural da massa, por isso “chorar” por todas as causas é além de mais bonito, mais cômodo. O psiquiatra britânico, Theodore Dalrymple, escreveu em seus livro Podres de Mimados que “o sentimentalismo olha para si: ele não é apenas a resposta emocional a algo, mas a satisfação de possuir a emoção por si própria”.

Se à mulher de César não basta ser honesta, precisa parecer honesta, a nós não basta sermos sentimentalistas, precisamos parecer sentimentalistas. Um produto que para todos que leram mais de 2 parágrafos sobre self-marketing, sabem da potência e do sucesso que isso dá ao indivíduo.

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