Será que eu sei quem eu sou?

Bru em casa. Brunão no trabalho. Bruneira pros amigos. Bruno Feliz no Facebook. Bruno Ramalho no Update. Bruno pros que sobraram.

Como lidar com tantos Brunos sendo só um Bruno? Que Bruno é mais Bruno? Será que um é mais original? Será que tem um certo e um errado? E o Bruno pro Bruno? Quem?

A culpa de todos esses auto-questionamentos é de uma entrevista que esbarrei ontem na Internet. Um papo com a Marilyn Monroe.

No meio da conversa, perguntaram pra ela qual era a sensação de ser conhecida pelo mundo inteiro. Sem cerimônias, ela respondeu: “Vocês não conhecem a Marilyn! Vocês conhecem o personagem que Hollywood criou pra mim. Nada além disso.”

Daí que veio a viagem: se pararmos pra pensar, acontece a mesma coisa com a gente. Em outras proporções, claro. Ou você acha que é o mesmo no trabalho, em casa e com os amigos?

Imaginem a seguinte situação: se todas as pessoas que você convive no dia a dia te monitorassem em todos os lugares, elas se surpreenderiam com alguém que elas não conhecem?

Por que a resposta é sim? Por que a gente é uma coisa pra uns e outra pra outros?

De duas uma: ou não sabemos de verdade quem somos e preferimos deixar que as pessoas nos digam; ou a gente até saiba, mas propositalmente aceitamos vestir os personagens que as pessoas queiram que a gente vista, a fim de resguardar aquilo que a gente realmente é.

E aí, você pensa: “Mas que porra é essa de vestir aquilo que os outros queiram que eu vista?”

É, ué. Você não vive significando as pessoas de acordo com o que você acha que elas são? “Fulano é assim, Ciclano é assado.” Fazem a mesma coisa com você.

O negócio é que se for interessante ser visto de tal maneira, mesmo sabendo que aquele ali não é bem você, tendemos a assumir o papel. Afinal, não se mexe em time que está ganhando, não é mesmo?

Por exemplo: já repararam que existem pessoas que quando atendem o telefone, se transformam completamente? O cara é o durão na reunião, de três palavras que fala, duas são palavrões, mas quando atende a mulher no telefone… vira um anjo, o homem dos sonhos.

E aí? Quem é quem?

Eu, você e o resto de pessoas ficaremos em dúvida, mas talvez ele saiba que aquele durão do trabalho é apenas um personagem que deu certo naquele contexto. E que o de verdade está em casa com os filhos, com a esposa e com os amigos. Pode ser também que nem saiba quem é quem. Vive no automático de acordo com o que querem que ele seja e beleza.

Sinceramente, espero que um dia eu seja o primeiro. Ter consciência de que “atuo” de um determinado jeito em um determinado lugar, mas que na verdade, atrás dos palcos, o Bruno é o Bruno mais Bruno que consegue ser.

Espero que tenham conseguido entrar nessa viagem maluca comigo, refletindo assim, sobre os vários personagens que estão dentro de vocês. Quem sabe não é hoje que nós achemos qual da gente é mais “a gente”.

Até logo,

Bruno do Update

Receba nossos posts GRÁTIS!
Mostrar comentários (3)

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More