Se você estiver no ônibus com algum amigo super-herói, provavelmente ele vai fazer essa pose quando descer. Ou, quando saltar sobre uma poça d’água na calçada. Ou, quando tropeçar.
Não importa a situação, super-herói que se preze cai apoiado em 3 pontos. Não aquela coisa ridícula que você faz, agachando. Humpf.
A estilosa aterrizagem em 3 pontos bad-ass-mother-jumper é aquela que se faz apoiando, simultâneamente, a (1) mão, o (2) joelho e o (3) pé (com pequenas variações, às vezes é a perna flexionada ao invés do joelho). E a mão que sobra você aponta para trás. E olhando para frente ou pro chão.
Assim:
Vai, tenta aí, eu espero. Sobe na mesa e pula.
Se depois do pouso, você não deixar escapar nenhum gemido ou lágrima – e não for caindo assim meio de lado devagarinho, que nem árvore cortada, o efeito fica mais pronunciado.
A pose é tão clichê que já é apontada como o novo grito Wilheim, que durante anos foi (é) utilizado em cenas de ação com vítimas. Um segundo colocado seria aquela outra cena, do super-herói caminhando lentamente em direção à câmera com um apocalipse particular ao fundo.
A aterrizagem em 3 pontos (aliás, um nome que também é utilizado como referência a pousos perfeitos na aviação) foi inspirada nas artes marciais (via HQs e depois desenhos animados), mas muito mais pelo efeito cênico do que pela eficiência na absorção do choque.
Segundo gente que sabe cair na vida real (dublês, para-quedistas e lutadores) a aterrizagem em 3 pontos só pode significar 3 pontos lesionados, já que é completamente inapropriada para se absorver o impacto de uma queda, uma manobra que idealmente deveria envolver algum tipo de rolamento. Mas… como cambalhota também é usada por palhaço e criança – e não levanta tanta poeira – a indústria do cinema prefere que seus personagens continuem aterrizando no modo uau. E temos que admitir, é bem mais legal mesmo, pode continuar fazendo que a gente sempre gosta. Eu, por exemplo, só saio da cama assim. E, ato contínuo, salto pro computador.
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