Eu não queria colocar Big Data no título, mas não deu.

Depois de ter discutido no último post a questão de propriedade sobre os dados, queria contar agora sobre como eles têm ajudado pessoas e comunidades inteiras em situação de fragilidade social. O painel intitulado “We the People: Using Tech to Solve Big Challenges” foi um dos mais inspiradores que vi por aqui. Os quatro panelistas eram membros do Governo americano, sendo dois deles membros do US Digital Service: um programa nacional de modernização do Governo e seus projetos que conta com o recrutamento de talentos em código e programação para pensar e executar propostas de melhoria social. Aparte desses talentos serem funcionários de grandes empresas de tecnologia como Facebook, Google, Twitter, Vine, entre outras, o Governo ainda incentiva a formação de novos talentos na área de tecnologia para continuar aprimorando a equipe.

Mas o que eles fazem?

Muita coisa, como eles mesmos disseram. Para começar a explicar, justificaram o trabalho de todas essas pessoas com uma frase que não saiu da minha cabeça desde então: o CEP (ZIP CODE) de alguém não pode ser o definidor do seu destino.

O The Opportunity Project é o guarda-chuva de todas os projetos já implementados. Ao todo, são 12 ferramentas que compilam dados públicos com colaboração popular para criar inteligência coletiva de fácil acesso para todos.

Dentre essas ferramentas, está o Opportunity Score que compila e une dados de localidade e geolocalização com informações imobiliárias para promover ao cidadão de baixa renda poder de decisão na hora de encontrar uma casa em um lugar em que haja ofertas de emprego.

Também criaram o Great Schools Rating que, de maneira igualitária, provê aos pais de crianças imigrantes, negras, hispânicas e outras minorias americanas um retrato baseado em avaliações dos próprios alunos e pais sobre as escolas próximas. O que acontece, muitas vezes, é que a dificuldade que as minorias têm em conseguir uma vaga em escola pública é apenas a primeira parte da dificuldade. Na escola, crianças são tratadas diferente de acordo com sua origem, cor, etnia, etc. A avaliação da escola, então, é feita sob um critério singular: o quanto aquela determinada escola trata igualitariamente crianças de todas as origens. E isso torna-se uma arma definitiva para que mães e pais possam programar o futuro ensino de seus filhos.

Todas essas ferramentas têm em comum o fim e o meio. Foram feitas para incluir e tornar menor a disparidade social. Ao mesmo tempo, também possuem em comum a inteligência dos dados sendo cruzados, independente das fontes. Sinto que possa ter levado uma lição que ainda não estava clara no meu raciocínio do dia-a-dia: a construção de inteligência não está simplesmente na análise de dados, mas sim na possibilidade de usá-los e, principalmente, produzi-los em conjunto.

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