Não estou no SxSW mas tento acompanhar tudo, obviamente.
E uma coisa que me deixou intrigado foi essa robô, Sophia, que interagiu com a galera na palestra “Machine Learning & Extreme Robotics” com Ben Goertzel e David Hanson, da Hanson Robotics.
O mais interessante foi a reação de muita gente que disse se sentir extremamente desconfortável em interagir com uma robô nesse grau de perfeição.
De onde vem essa “estranheza”, essa “repulsa” ou até embasbacamento perante um robô tão parecido com a gente?
Quem responde é Masahiro Mori, o professor japonês por trás da criação do robô Asimo, entre outros.
Na verdade ele já havia respondido isso em 1970, no seu livro “Bukimi no Tani” ou “The Uncanny Valley“, ou ainda “O Vale Sinistro” (segundo Ca3ts, aqui nos comentários, a gente pode usar o termo “Vale da Estranheza” que academicamente está correto. Obrigado!).
Diz ele:
“Se vc reparar como as pessoas criam empatia em suas interações, você vai notar que quanto mais algo se parece humano, mais empáticos nós somos. E mais empatia sentimos.“
No gráfico:
E isso faz todo o sentido.
Mas, existe obviamente, a exceção.
E ele explica.
“No caso dos robôs, quanto mais a gente tenta que eles emulem os humanos, e assim que eles chegam quase a serem muito humanos, saindo de, por exemplo, um rosto de metal (nota minha – C-3PO?) para algo com pele artificial, as pessoas passam a sentir repulsa, criando uma curva nesse gráfico chamado de “Uncanny Valley““.
Assim:
“Nosso cérebro passa a interpretar essas feições como uma distorção, uma doença, e assim cria uma em nós sensação de repulsa e perigo iminente.“
Zumbis, alguém?
É a mesma coisa. É “quase” humano. Mas tem algo lá que não é 100%.
Interessante isso.
Desde que eu era criança esse papo de “os robôs vão tomar conta do mundo, vão fazer a parte chata da vida pra gente” sempre esteve em voga.
Mas imagina só vc entrando num banco pra interagir com um robô desses.
Dá medo até pra perguntar saldo, imagina pedir empréstimo…
Tudo de bom,
Billy.
POR 
ENG