‘Por que, em pleno 2016, tatuagem e nudez ainda são um tabu?’
Pra quem não tem nenhum problema com o corpo do outro essa pergunta parece difícil de ser respondida. E é justamente esse o ponto de partida do projeto fotográfico da carioca Isabela Catão, que questiona as discriminações e preconceitos vividos por quem tem a arte rabiscada na pele.
Ela começou os ensaios no início deste ano e cada foto acompanha as experiências pelas quais os modelos – pessoas comuns – já passaram.
“Estava há um tempo querendo fazer um projeto com nu, pois ainda é algo muito criticado e mal visto por muitas pessoas. A nudez na arte, incomoda as pessoas de uma forma que não é normal”.
Pelos depoimentos, dá pra entender essa motivação.
“Na praça Saens Pena, um cara começou a gritar que tatuagem era coisa de diabo e que eu tinha o diabo colado no corpo.”, Natasha, 30. Produtora. 2 tatuagens.
“Uma senhora me parou na rua e começou a se queixar que não sabia por que os jovens se rabiscavam. Que as mulheres mais velhas lutavam pra tratar varizes, que deixavam as pernas feias, enquanto as jovens enfeitavam as suas. Eu ri e disse que tinha tatuagem. Mostrei a do ombro e ela ficou sem graça.” Anansa, 28. Psicóloga. 3 tatuagens.
“Com 17 anos fiz minha primeira tatuagem que é o nome da minha banda preferida. Ouvi coisas do tipo “um negão desse fazendo essas palhaçadas”. Hebert, 23. Atleta. 3 tatuagens.
Todo tatuado ou tatuada já ouviu alguma gracinha por conta dos rabiscos. Mas o poço da ignorância é sempre mais fundo do que a gente imagina. Além das belas fotografias, o Projeto Liberte-se revela o quão cruel pode ser o julgamento das pessoas com o que lhes é ‘diferente’.
Mais do que um convite à liberdade das roupas, Isabela levanta a bandeira do respeito ao outro. Faz um manifesto pelo direito de ser quem se é sem ser condenado por isso. Um convite às mentes estagnadas em algum lugar do passado.
Liberte-se!
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