Tu tá na agência, scrollando o feed do Face e de repente: um GIF. Não um GIF qualquer, AQUELE GIF! Você fica horas olhando. Dá um sorrisinho maroto, manda um reaction e, no fim das contas, fica com aquele peso na consciência: “caramba, procrastinei bonito!”. Calma. O GIF te ajudou. Duvida?
O professor Adam Grant, da Wharton School, mais conhecido no Brasil por ser autor do “Dar e receber”, escreveu um artigo para o The New York Times em que narra exatamente como ensinou a si mesmo a procrastinar e os benefícios criativos disso.
O artigo do professor é bacana, pois ele explica como era um pré-crastinador (sim, ele fazia tudo antes do prazo) e mudou depois de uma conversa com de seus alunos mais criativos, Jihae Shin. Aluno, aliás, que virou professor na Universidade de Wisconsin e participou de um experimento interessante, relatado a Grant posteriormente, já que ele duvidava da eficácia da procrastinação.
Shin pediu que algumas pessoas pensassem em novas ideias de negócio. Aleatoriamente, alguns foram selecionados e precisavam apresentar suas ideias imediatamente. Outros receberam cinco minutos para jogar Campo Minado e Paciência antes de iniciarem a tarefa. Todos apresentaram as suas ideias e os avaliadores independentes julgaram o quão original elas foram. Adivinha? As ideias dos procrastinadores eram 28% mais criativas.
Então é só jogar algo na internet que você será criativo? Não exatamente. Segundo Grant, o que ocorre é que nossa mente trabalha de maneira curiosa em relação às tarefas. Uma atividade inacabada fica numa espécie de “limbo” do cérebro que nunca se apaga. A tal atividade inacabada sempre vai ficar viva na sua cabeça e, com o tempo gasto vendo um GIF, por exemplo, você pode pensar em algo melhor do que sua ideia inicial.
Segundo Grant, exemplos famosos não faltam: Bill Clinton é um procrastinador crônico que espera até o último minuto para rever seus discursos; Steve Jobs deixava seu time maluco adiando apresentações ou tarefas; o roteirista Aaron Sorkin é outro conhecido pela demora na conclusão de atividades. Aliás, Grant cita uma frase emblemática de Sorkin: “Você chama de procrastinação. Eu chamo de pensar”.
Então, não se culpe tanto da próxima vez que ficar olhando para um GIF durante vários minutos.