Radiohead, Paul Thomas Anderson e as teorias sobre “Daydreaming”

No fim da semana passada, os caras do Radiohead lançaram o clipe da canção “Daydreaming”, música que faz parte do recém-lançado “A Moon Shaped Pool”.

O vídeo é dirigido por Paul Thomas Anderson. O cineasta, diretor de obras como “Sangue Negro” e “Magnólia”, é conhecido por utilizar o poder narrativo da semiótica, das metáforas e dos planos para contar suas histórias.

Em “Magnólia”, por exemplo, temos a famosa cena dos sapos, que muitos acreditam ser uma referência bíblica que iguala todos os personagens do aclamado longa.

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Já em “Sangue Negro”, há o batismo de Daniel Plainview, uma purificação às avessas do personagem interpretado por Daniel Day-Lewis que, aliás, foi muito bem representada pelo pôster não oficial criado pelo designer britânico Olly Moss:

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Em “Daydreaming”, vemos um Thom Yorke atravessando portas e caminhando por cenários diferentes e, aparentemente, desconexos.

Há várias teorias rolando pela internet sobre o que seriam tais portas e cenários? No Youtube, um internauta arrisca dizer que estamos observando a cabeça de um sem-teto durante um dia inteiro. Ele revisita seu passado, imagina coisas e, por fim, adormece, aguardando o início de um novo dia.

Outros arriscam e dizem que o vídeo é uma interpretação da era digital contemporânea. Nela, passamos pela vida das pessoas através de imagens e, praticamente, não somos percebidos. Só que esse tipo de relação não é sadia e a humanidade caminha para um futuro tenebroso. “O estrago está feito”, diz um trecho da letra.

Mas a teoria mais aceita até o momento é a seguinte: Thom Yorke está revisitando todo o passado da banda no vídeo de “Daydreaming”. Há um post no reddit onde internautas estão discutindo tal teoria e as imagens comparativas são bastante curiosas.

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Thom observa a “capa” do Kid A
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Thom surge em pose parecida com a do boneco do clipe de “Motion Picture Soundtrack”
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Thom caminha pelo supermercado de “Fake Plastic Trees”
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Thom visita mesmo ambiente fotografado numa matéria da Telegraph Magazine de 2003

Além disso, a letra ganha novos significados se a reflexão realmente estiver certa. É como se a banda divagasse sobre sua obra e se questionasse sobre o futuro.

“Nós estamos
Apenas felizes de servir
Apenas felizes de servir… Você
O que acontece agora?”

A grande graça do clipe é esta. Ele provê diferentes interpretações, o que deixa a arte de Thom Yorke e companhia ainda mais ampla e significativa. E você? Acredita em alguma dessas teorias? Como interpretou o vídeo? Comente.

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