O interessante de estar em um evento como o The Next Web é a variedade de assuntos, entre famosos, curiosos, e outros apenas peculiares. Hoje, por exemplo, eu conheci um homem que resolveu virar uma cabra.
“Eu tentei virar uma cabra para escapar da agonia inerente ao um humano. O projeto se transformou em uma exploração do quanto a tecnologia moderna pode se aproximar do nosso antigo sonho: ter características de outros animais. Mas em vez de ser feroz como um urso, ou ter as asas de um pássaro, quis ser ser uma cabra para estar presente no agora “ – Thomas Thwaites
Você deve estar pensando: “sei, eu também tenho um amigo que tomou um negocinho ali e achou que era um lobo uivando para Lua”.
Não, não. Pensa outro nível de maluquice. Ele desenvolveu um projeto de anos para passar alguns dias vivendo como uma cabra. Ele explora diversas áreas, como biologia, economia, filosofia, ciências do material para o seu projetos com uma precisão impressionante…
ALMA DE CABRA
Primeiro ele estudou cuidadosamente os comportamentos das cabras. Ele até tentou com um neurocirurgião desligar a parte do cérebro responsável pela “fala”, mas não foi bem sucedido.
PERNA DE CABRA
Thwaites contou na palestra que decidiu focar no aspecto físico, fazendo vários protótipos de pernas de cabras. Junto com ele, estava o Royal Veterinary College, e depois a Universidade de Standford. Parece que para você andar de quatro durante muito tempo é extremamente dolorido, e foram meses até chegarem em um modelo final viável.
Animais ruminantes possuem… ruméns, veja só. E comendo grama o dia inteiro, ele precisaria ter essa parte separada do estômago para digerir, que ele tentou construir artificialmente.
E lá foi ele, convenceu um tiozinho a fazer parte do fato de cabras dele, e foi viver saltitante pelas montanhas. Demorou bastante tempo para ser aceito pelo grupo, e até fez uma cabra amiga. Ao todo foram 3 dias vivendo em bando, e depois mais 3 dias como uma cabra solitária na montanha.
Perguntei para ele se ele conseguiu “viver o agora”. Ele comentou que “não exatamente”, mas que apreciaria viver uma vida mais simples.
Além de “há maluco para tudo”, o que essa história conta? Para mim, algumas coisas. Primeiro que cada vez mais a auto-expressão e curiosidade é valorizada, afinal, ele virou um fenômeno da internet. O projeto não só se financiou, como foi lucrativo. Que instituições de peso entraram nessa.. Porque cada vez é mais claro para todos que a interdisciplinaridade de assuntos e matérias, seja materiais, com robótica, com veterinária, conseguem não só resolver juntas problemas considerado absurdos, mas trazer ganhos reais para cada uma das disciplinas de estudo.
Já eu, quero ser girafa.