Mês passado rolou aqui em Berlin a convenção da AES.
A AES, ou Audio Engineering Society, é um grupo focado na excelência em tecnologia de áudio profissional que anualmente faz convenções, eventos, exposições, encontros e palestras para mostrar, ensinar e divulgar o que de mais novo existe em áudio.
Seja para filmes, TV, games, internet, VR, AR, mobile, estúdios, live performances, etc.
A maior convenção da AES ocorre em Las Vegas, mas estas convenções menores acontecem em várias partes do mundo onde existem afiliados ao grupo.
Aqui em Berlin o evento aconteceu no Maritim Hotel, perto da Postdamer Platz, num lugar obviamente bem menor do que a AES americana, mas mesmo assim foi extremamente interessante para vermos e entendermos o que vai acontecer com o áudio nesses dias de muitas incertezas, muitos formatos e muitas apostas para todos os lados.
Fui até lá à convite da Berufsvereinigung Filmton e.V., que é a associação alemã de áudio para filmes, e logo de cara percebi que um dos maiores focos da AES é com relação ao Spatial Audio.
Sim, aquele que a gente acha que só vai funcionar em Realidade Virtual, mas que na verdade funcionará (e em alguns casos já funciona) em vários devices e formatos.
A maioria dos exibidores (fora os grandes de “de sempre” como a Sennheiser, AVID Pro Tools, NEVE, SSL, Focusrite, Genelec) apresentaram equipamentos e plug-ins para justamente entregar Spatial Audio já no formato MPEG-H.
É o caso da KLANG, com o Fabrik 3D, uma série de hardwares com software proprietário que emulam espaços 3D em áudio com um super realismo, com foco em mixagem de músicas.
Coloque seus fones de ouvido e ouça aqui a diferença entre uma mix stereo e uma em 3D pelo Fabrik 3D-
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Outra empresa que foca em Spatial Audio é a New Audio Technology.
Plug-ins como o Spatial Audio Designer e o Spatial Sound Card emulam ambientes em 3D e fazem todo o processamento para entrega do áudio.
Inclusive apostam na SAGE, Spatial Audio Game Engine, uma plataforma que entrega áudio 50.1 (sim, um “pouco” mais que 7.1) para headphones.
O Doom 3D foi feito nesse Engine. Ouça (com fones).
Clique AQUI para baixar a demo grátis e testar o áudio.
Além de Hardwares e Softwares de espacialização, outras empresas se preocupam na captação do Áudio 3D.
Desde a Sennheiser com o seu sensacional microfone AMBEO.
Até gravadores portáteis multipista para justamente gravar com microfones como o AMBEO (e outros mais simultâneamente), como o Sonosax.
Mais “coisas” interessantes –
Hefio Play – O ápice da personalização sonora. O fone-de-ouvido que mede e analiza sua audição e depois te entrega a melhor qualidade sonora baseado nessas medições.
É completamente surreal. Testei lá e realmente a diferença é gritante. Nossa audição é quase uma “impressão digital”, então nada melhor do que ter uma experiência única para ouvir as mesmas músicas que todo mundo.
Eles entraram no Indiegogo agora e buscam sponsors para colocar o produto à venda.
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IT For You – Os caras são especializados em softwares de som, desde Noise Awareness Enhancement (tipo noise cancelling), Speech Technology (emuladores de voz, text-to-speech com qualidade) e Aural Perception (3D players e denoisers).
Mas o mais legal mesmo, que o diretor de TI me mostrou lá, é um software de karaokê que corrige sua voz, o Sing Assist Karaoke.
Dizem eles que é para criar confiança e melhorar o estado emocional em pessoas que não cantam bem e tem medo de se expor ao ridículo, mas eu achei sensacional para lazer mesmo. No site deles tem exemplos com e sem processamento.
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Além dos exibidores tivemos também uma série de workshops e palestras, de Loudness Wars até Jazz Meets Classical, passando por muita gente ensinando desde o básico (“The Ins and Outs of Microphones“) até o mais avançado (“The emergence of sense, meaning and knowledge, and the relationships between aurality, architecture and environment through phenomenological and enactivist approaches“).
Bom, ano que vem tem mais!
Tudo de bom,
Billy.
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