Millennials: a fantástica indústria da preconcepção

Baby boomers, geração x, millennials, geração z… somos constantemente bombardeados pelas tentativas dos estudiosos, pesquisadores e marketeiros de nos clusterizar e nos colocar em caixinhas comportamentais que definem nossas atitudes como consumidores.

E, como se não bastasse sermos estereotipados contra nossa vontade, somos julgados e expostos de forma negativa e, às vezes, quase obsessiva pela mídia. A geração que está destruindo a indústria do sabonete em barra, do cinema, do golfe, do guardanapo, da etiqueta, das férias, dos relacionamentos, do NFL…

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Como publicitária, infelizmente faço parte desse movimento. No entanto, como millennial, venho aqui deixar um sincero depoimento na tentativa de destruir a indústria da estereotipagem.

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Alguns nos chamam de destrutivos, outros de ativistas, outros, ainda, nos taxam como uma geração de jovens incompreendidos, decididos a mudar o mundo, carentes por audiência e destinados a um futuro instável – características tão generalistas que parecem descrever qualquer jovem de qualquer geração.

Mas e por que millennials?

As respostas podem ser muitas, mas para mim é bem simples: somos, mais do que uma geração, um mindset.

Somos fruto de uma transformação que mal tem data de fabricação, quanto mais de validade. Somos filhos de uma cibermãe que não alimenta o corpo, mas provém ferramentas às ideias. Somos, a grosso modo, internautas.

Fomos gerados paralelamente ao desenvolvimento da rede de computadores. Até então, vivíamos em um mundo dividido pelas fronteiras geográficas e restrito pela mídia massiva. E, ainda que houvesse uma maior integração cultural, foi a internet que expandiu, de fato, a informação, a inclusão e até mesmo a capacidade humana de auto-conhecimento.

Aprendemos a conhecer o mundo a partir de uma ótica diferente de nossos antecedentes. Fomos doutrinados pela vida em rede, que nos propiciou um espaço de expressão, convívio e coexistência nunca antes vista. Conhecemos novas pessoas, lidamos com novas culturas e aprendemos que não era errado ser diferente.

E ao contrário de gerações passadas, que tiveram suas crenças e culturas confrontadas pela multiplicidade cibercultural, nós crescemos nesse mundo e aprendemos que esse era o certo. Nós, portanto, tivemos nosso mindset moldado a partir dessa transformação, além de termos sido agraciados com as ferramentas necessárias para compartilhar essa ideia com os outros.

Somos, desta forma, muito mais múltiplos do que uma geração que pode ser reduzida a uma persona baseada em gráficos comportamentais. Não que eu não goste de gráficos, muito pelo contrário, inclusivo tenho amigos que gostam (hue), mas é reducionista definir qualquer grupo de pessoas, ainda mais um grupo tão multifacetado, a um comportamento padrão.

Ser millennial, deste modo, é tão atemporal, que até nossos avós poderiam ser (e quem disse que não são?).

Mas, acima de tudo, ser millennial é ser alguém querendo encontrar a si mesmo no mundo e buscando o seu próprio espaço ao compartilhar experiências e ideias com os amigos. E isso não tem nada demais.

Quando me apontam o dedo e me identificam como millennial, eu concordo com orgulho. Afinal, antes viver em rede do que em bolha.

E, como diriam os millennials, reflitão.

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