O profissionalismo crescente nas plataformas em video

Foi no dia 9 de outubro de 2006 que por 1.6 bilhões de dólares o Youtube foi comprado. Era uma ideia simples, uma plataforma em que qualquer um pudesse colocar seus vídeos online na internet, nada muito pretensioso, certo? Errado! Um ano depois viria o anuncio do iphone, em seguida os celulares android, e com eles bilhões de câmeras capazes de fazer uploads na internet foram parar nas mãos de todos ao redor do mundo.

De repente surgem celebridades da internet. Pessoas que não são conhecidas do grande público mas começam a produzir conteúdo que atraem seguidores. Essas celebridades se especializam, segmentam seu discurso com focos específicos como; receitas, viagens, maquiagem, livros, crônicas do dia-a-dia (os famosos vlogs), tecnologia, marketing e muitos outros. Eis que em 10 anos temos pessoas vivendo disso. Uma nova profissão, o Youtuber.

Como gosto de experimentar e aprender colocando a mão na massa, criei meu canal youtube como um hobby pessoal. Descobri que o trabalho de gerar conteúdo é abissal. Que o pré-julgamento de “vida mansa” que alguns fazem sobre os youtubers é totalmente preconceituoso. Gravar um vídeo, editá-lo, tratar as cores, escolher a musica, sincronizar a musica e criar o enredo com todos os detalhes para um bom storytelling requer muito suor e disposição. Não pretendo ganhar a vida com isso, mas hoje posso falar com conhecimento de causa sobre o assunto.

Além do Youtube, que transformou a vida de algumas pessoas, existem outras plataformas que fazem o mesmo. Um exemplo são as plataformas de ensino a distancia. Cito o Udemy e o Coursera. Também já usei ambos. No Coursera você encontra cursos de faculdades renomadas do mundo. E não pense que é “vida mansa” também não. Lá tem que fazer prova, trabalhos, pesquisas e submeter na plataforma. Caso contrário não passa de matéria e não ganha diploma. Eu estou terminando um curso pago (e bem pago diga-se de passagem) na Universidade da Califórnia sobre User Interaction Design. Tema que hoje não existe nas universidades brasileiras. Imaginem as possibilidades que esse tipo de plataforma proporciona. Seria este o Uber das Universidades?

Estamos vendo cada vez mais os ramos de conhecimento cruzarem entre si. Antigamente um profissional de TI não precisava saber sobre antropologia. Hoje, nenhuma interface de usuário é feita sem conhecer bastante sobre usabilidade e comportamento do usuário. Essa mistura de conhecimentos para se formar um profissional novo pode ser a oportunidade para que os jovens de hoje se decidam por criar sua própria grade de cursos e ao invés de fazer uma faculdade normal, fazer vários cursos Coursera. No final esse profissional vai sair com vários diplomas das mais variadas Universidades do mundo, e com conhecimentos nos ramos que acredita ser mais úteis para seu trabalho. Resta saber se as empresas vão aceitar esses profissionais. O que eu tenho visto é que cada vez mais a capacidade de entrega de resultados está sendo medida nos processos seletivos. Isto é, se você é escritor, no processo seletivo você será solicitado a escrever, se é programador, será convidado a codificar. Nesse novo mundo vence quem conhece, não quem tem títulos e não põe as mãos na massa. Faz todo sentido.

É por isso que o futuro é incerto e maravilhoso. Novas plataformas virão, e com elas novos empregos, novos profissionais e muitas novas possibilidades.

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