Pipocam textos toda semana para criticar nosso mercado, com uma carga de tinta pesada sobre nosso estilo de vida, nossos horários, honorários e priorização de prêmios, mas será que estas descrições não andam muito caricatas? Confesso que senti um calorzinho no coração, semana passada, ao ver o Eduardo Simon, CEO da DPZ&T, levantar o tom para defender nosso negócio. Afinal, acham mesmo que estaríamos passivos diante das transformações que vivemos? Oras.
James Feeler, sócio da Jamute e um dos produtores mais premiados do nosso país, costuma fazer um paralelo do nosso trabalho, com o de grandes artistas, em um link direto com a emoção do palco. E ele esta certo, porque se o jovem já inicia a carreira sem o brilho no olhar pela arte de encantar, engajar, seduzir, convencer e vender, ele pode trocar de agência 10x, que não vai se encaixar em nenhuma estrutura.
Hoje eu tive mais um calorzinho no coração ao me deparar com o ABC Publicidade – um dicionário sensacional, idealizado pelo publicitário português Gonçalo Martinho (FCB Lisboa) em colaboração com mais 26 criativos incríveis, como Victor Afonso (FCB Lisboa), Frederico Roberto (VML London) e Hugo Veiga (AKQA São Paulo), cujo objetivo é oferecer um olhar (quase que poético) sobre a entrega que fazemos. Toda quinta-feira serão lançados novos posters/textos e os 3 primeiros você confere a seguir.
Como diz Gal Barradas, sócia e CO-CEA da BETC/Havas, “discute-se muito o modelo de negócio como se o que estivesse errado fosse o modelo de negócio”, enquanto a grande diferença está na entrega que fazemos, que está cada vez mais plural. Passamos de agenciador de mídia, para agenciador de solução para o negócio do cliente – o que requer um repertório muito maior de toda a agência. O fato é que precisamos voltar a fazer publicidade da publicidade.
O ABC Publicidade pode ser seguido no Tumblr (abcpublicidade.tumblr.com) ou no Behance (goo.gl/mrgNZc).
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