Você provavelmente sabe o que é o tal do FOMO – Fear Of Missing Out – ou, na prática, a síndrome do medo de ficar por fora. Tipo aquilo que rola quando você está em São Paulo, trabalhando, e toda a sua timeline do Instagram está curtindo uma praia em Noronha ou tomando uma caipirinha à beira da praia na Bahia, sabe?
Graças à ascensão das redes sociais, essa síndrome dominou, sei lá, 99% das pessoas que usam celular e têm perfis ativos em alguma dessas redes. A questão é que esse vício começou a gerar reações preocupantes: níveis de ansiedade, excesso de comparação, competição social e até depressão. Isso porque, na maioria das vezes em que estamos online, esquecemos que o que vemos ali é nada mais do que uma curadoria dos momentos mais felizes das pessoas, e não um retrato fiel da realidade. Aí rola aquela sensação ruim mesmo de pensar “só eu não estou em Noronha” ou “minha vida é mais chata do que a de todas as outras pessoas”.
Como toda tendência, ela atinge seu pico e, depois, começa a decair, até cairmos no lado totalmente oposto da história. É esse o tal do JOMO – Joy Of Missing Out. Não é o contrário do FOMO e, sim, uma decisão consciente de se afastar um pouco do mundo online para viver a vida real – tipo o que o mindfulness, outra tendência da moda, prega, que é a atenção total no que você está vivendo e fazendo naquele momento.
A ideia não é simplesmente abandonar todas as redes sociais, e sim encontrar seu próprio equilíbrio dentro delas. Vale entender, por exemplo, o que você está de fato fazendo ali. Buscando notícias? Tentando descobrir as novidades do seu ídolo? Caçando referências de moda para escolher o look de um evento especial? Até aí, OK. O problema – no meu ponto de vista, é claro – é quando estamos apenas rolando a timeline, sem objetivo nenhum e, quando “voltamos” ao real, percebemos que se passaram minutos e minutos. Muitos deles. Aqueles, inclusive, que reclamamos sentir falta no final do dia, quando vamos dormir tarde porque não conseguimos dar conta de todos os nossos to do’s até a hora que pensávamos. E, pior: você percebe que viveu mais a vida dos outros do que a sua própria.
Taí, o JOMO, como boa resolução para 2018.
Ah, a canadense Christina Crook escreveu um livro chamado The Joy Of Missing Out: Finding Balance in a Wired World, que está disponível na Amazon, em inglês.