As gangues russas pelas lentes de Bruce Gilden

Tiro, porrada e flash.

As aulas de sociologia diziam muito sobre teoria e quase nada sobre prática, então o americano Bruce Gilden não teve muitas dúvidas ao trocar o quadro negro pela máquina fotográfica: com o equipamento, passaria a registrar aquilo que o fascinava desde garoto – o estilo de vida das ruas, sem nenhuma maquiagem.

Depois de capturar cenas marcantes nos guetos de New York, sua cidade natal, Gilden voltou suas lentes para outras grandes capitais do mundo. Recentemente, o fotógrafo chamou atenção por registrar as gangues russas, conhecidas pela agressividade.

Por 16 dias seguidos, o americano conviveu com drogados, criminosos e transeuntes sem planos ou destinos, que tomavam as ruas de um pequeno vilarejo a 70km de Yekaterinburg.

Toda a narrativa fotográfica é conduzida pelo ex-presidiário Sergey, também conhecido como “Kaban”, de 32 anos.

Para se aproximar dessas pessoas e ganhar sua confiança, Gilden apostou na combinação de vodka e comida – um combo que o americano oferecia ao seus novos “amigos”. Irrecusável (?). Depois que passou a conviver com o grupo, o fotógrafo registrou banalidades daquele cotidiano, sem nenhum tipo de filtro ou interferência.

As imagens em preto e branco é uma marca registrada de Gilden, também conhecido pelos retratos afiados com uso intenso de flash. Na série sobre os gangster russos não foi diferente, mas, dessa vez, a experiência antropológico o impactou profundamente.

Passadas duas semanas na convivência com os locais, o americano admite que passou a ter mais empatia por eles, e afirmou que agora os respeita mais do que nunca, porque sabe exatamente o quão difícil é viver naquelas condições.

Catarses à parte, Gilden reconhece ainda que notou algumas curiosidades, como o fato de o número de mulheres na região ser quase o dobro do de homens, e que muitos dos que estão ali desejam levar uma vida diferente, longe da criminalidade, para não voltarem à cadeia. Ainda assim, a subsistência local parece ser a base de pequenos atos ilícitos, quase como um ciclo vicioso.

Tantas histórias e fatos relevantes talvez sirvam de combustível para mais uma monografia assinada por Gilden, que já contabiliza 18 publicadas. O americano coleciona ainda exposições e premiações mundo afora – e é fácil entender o porquê.

Veja as imagens:

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