Um SXSW com muito calor humano

Minha primeira experiência no SXSW foi um tanto que atribulada, uma vez que decidi ir na véspera da viagem, incentivado por um cliente amigo, pelo meu chefe e pela minha esposa.

Minha primeira experiência no SXSW foi um tanto que atribulada, uma vez que decidi ir na véspera da viagem, incentivado por um cliente amigo, pelo meu chefe e pela minha esposa. Sempre tive vontade de conhecer este festival e, quando os astros começaram a conspirar a favor, não pensei duas vezes, organizei minha agenda da semana seguinte e done! Quando vi, já estava lá!

Sem saber muito bem o que me esperava, baixei o app com o programa do evento e, já no aeroporto, me deparei com dezenas e dezenas de palestras simultâneas. Para apimentar ainda mais este processo, meu app estava com um bug que me impedia de marcar as palestras selecionadas e, com isso, precisei lançar mão da forma mais analógica possível para selecionar as palestras de minha preferência: a minha moleskine. Para um evento que é visto como um dos mais tecnológicos e disruptivos, comecei bem.

Bom, depois de me credenciar, eu estava pronto para começar a brincadeira. Só que essa brincadeira é de gente grande e tem que saber brincar. O que parecia que seria moleza, já se complicou nas primeiras palestras. Uma coisa: Foi muito recorrente a conversa de que os autores dos títulos e resumos das palestras são excelentes redatores e que muitas vezes o título engana, ou seja, a palestra não é tão boa quanto parece na descrição. Isto aconteceu comigo e vários de nós, muuuuitas vezes.

Vale uma pitada de sorte também. Apenas depois da terceira palestra do dia consegui emplacar uma bacana. Se chamava 7 Non-Obvious Trends Changing the Future, apresentada pelo especialista em marketing e inovação Rohit Bhargava, que deu um show no palco e trouxe, de forma simples e bem-humorada, novas tendências nos campos da tecnologia e comunicação. E assim foram se sucedendo os dias do festival, muita correria para lá e para cá e muitas escolhas difíceis de fazer. Alguns acertos, alguns erros, muita troca de opinião e muitas risadas, por que não?

Assim como nos outros festivais do gênero, falou-se muito sobre inovação, conteúdo, formatos, influenciadores digitais, AI, deep learning, VR, AR, veículos autônomos, empoderamento feminino, bitcoin, blockchain, etc. Tudo importante, up-to-date e relevante. Mas nenhuma grande novidade. Nada que vá, neste momento, revolucionar ou mudar nossas vidas e relações, como pessoas e profissionais. Então não valeu a pena ir? Valeu muito! Fomos buscar referências, ouvir tendências, conhecer caras novas, respirar este mundo que vivemos. Ver quem está à frente da nossa indústria, o que comentam, falam, percebem e pensam.

Tudo o que ouvimos, certamente está anotado em algumas moleskines que o pessoal levou. Mais do que isso: está gravado na memória de todos nós e com certeza será aplicado no momento certo. A vida é feita de experiências. São estas pitadas de referências que vão nos construindo como pessoas e “temperando” como profissionais. Vão nos trazendo repertório… A ideia é sairmos de lá mais completos, plenos e felizes. O resultado disso vem naturalmente.

Mas festival não é só palestra atrás de palestra não. Festival tem oba oba! Papos e fofocas de corredor. Happy hours divertidíssimos, pessoas se conhecendo melhor. E o que isso tem demais? Nada! Faz parte do game. É humano! E humanizar é a palavra da vez.

O mundo não será habitado por ciborgues, não mudaremos para Marte, as pessoas não serão substituídas por máquinas e os empregos não acabarão. A conclusão é que todas estas tecnologias que tanto se fala por aí estão vindo para ajudar as pessoas a terem uma qualidade de vida melhor, uma vez que se tratam de ferramentas importantíssimas que trarão mais produtividade e assertividade nos nossos trabalhos. Elas, ao contrário do que se pensa, nos tornarão mais “humanos”. Nos ajudarão a viver melhor nossas vidas. Quem ganha com isto? Todos nós: as empresas serão mais produtivas e lucrativas, nós poderemos fazer nossos trabalhos suportados por mais informação e com isto ganharemos mais tempo para criarmos e sermos mais estratégicos.

Ah! A Inteligência Artificial não vai criar para a gente. Vai nos fornecer informações baseadas em padrões, que vão nos nortear com relação aos desejos, necessidades e comportamento dos consumidores. A poesia das coisas vai continuar saindo da cabeça das pessoas e não das máquinas. Com todo este turbilhão de informações, termino o SXSW 2018 cheio de ideias na cabeça e muito feliz por ter feito parte disso tudo.

Que venham os próximos!

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