Percepção Criativa para Inovar

Quem conhece o tema criatividade sabe que um dos pilares para praticá-la é o aumento da percepção

Perspective MC Escher
Detalhe de uma ilustração de MC Escher

Quem conhece o tema criatividade sabe que um dos pilares para praticá-la é o aumento da percepção, mas será que ter apenas algum nível de interesse é suficiente para perceber a mensagem que uma nova percepção traz?

É claro que todo o contato com novas sensações nos modifica em algum grau, mesmo que não saibamos interpretar a nova informação sensorial ela interage com nosso banco de dados e fica registrada em nosso inconsciente. Temos bilhões de registros sensoriais captados e guardados em nossa mente, mas nem tudo tem uma explicação, ou nos parece ser uma memória reconhecível, é por isso que temos sensações de “deja vu” (já vi ou senti isto antes). Sendo assim, é melhor ter muitas novas percepções/sensações do que não tê-las, quando o assunto é criatividade.

Mas se há uma intenção específica de aprimoramento informacional através da busca de percepções novas, seja numa área técnica, na natureza, em informações jornalísticas ou nas artes, a mensagem será melhor recebida se tivermos como interpretá-la, é análogo a um texto, se lemos e não interpretamos, dizemos que lemos, mas faz toda a diferença se interpretamos, porque daí lemos e também entendemos, sabemos.

Toda informação transmite uma carga lógica e outra emocional, cada uma tem um portal de entrada em nossa mente, as mais lógicas ativam mais a percepção do lado esquerdo do cérebro, as mais emocionais, o lado direito. Se temos mais conhecimento sobre um tipo de informação sensorial, provavelmente usaremos um teor maior de lógica ao assimilá-la, por exemplo, se conhecemos tecnicamente a música, além de deixarmos nos emocionar com ela, também percebemos nuances do seu feitio que têm uma leitura lógica, então temos simultaneamente a sensação de diversão/lazer/entretenimento e a sensação lógica da construtividade da peça musical, de certo instrumento que participa da música, ou da técnica vocal do intérprete. Isso quer dizer que a pessoa que tem mais aprendizado sobre um determinado universo sensorial, aproveita mais este tipo de informação, o que refletirá diretamente no seu potencial criativo dentro deste tema específico, através de associações diretas ou até para cruzamentos indiretos, que podemos chamar de associações tríplices.

Pode-se entender este processo como uma potencialização das sinapses, aumentando exponencialmente a chance de criar, de gerar novas ideias através de combinações. Este é o ponto onde a inteligência lógica soma-se com a inteligência emocional.

Se você acompanha determinado tipo e arte, ao perceber novas informações numa exposição, por exemplo, receberá sua mensagem mensagem direta, mas também receberá sua mensagem complexa, através da interação que surgirá do seu conhecimento prévio com a nova informação sensorial.

Então a resposta para a pergunta do primeiro parágrafo se torna mais elucidativa: quanto mais conhecemos determinado segmento informacional, mais absorvemos a mensagem em profundidade, tanto emocional como lógica, e isto nos faz sermos mais criativos, tanto no assunto em questão, através da associação simples (direta), como através das associações complexas (tríplices).

É por este motivo que, se você se interessar mais por várias coisas e estudá-las com mais profundidade do que apenas saber que elas existem, terá muito mais potencial criativo para gerar ideias e implementá-las, mas não se resume só a isso, saberá também gerir melhor as inovações, sejam elas de ideias suas ou de outros, fator importantíssimo para aplicação profissinal, em todos os ramos de atividade. O ensino formal sempre te ofertará um pacote pronto de informações e exercícios, mas uma carga de auto-aprendizado (exercício autodidático) é fundamental para que possamos aflorar nosso potencial individual e assim distinguimos-nos dos outros, se não corremos o risco de, em breve, cairmos no nível de comparação com os robôs. Isso depende exclusivamente do interesse e esforço de cada um, mas é o que nos fará diferentes dos sistemas de inteligência artificial que evoluem exponencialmente.

Aumento de percepção exige dedicação, aprofundamento, não é para os preguiçosos, estes preferem acreditar que basta usar alguma droga para que isto aconteça, nada é mais ilusório do que isto.

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