“Whopper Neutrality” é um dos cases mais recentes, em meio a uma corajosa jornada hacker trilhada pelo Burger King nos últimos anos. Na palestra do primeiro dia em Cannes, Fernando Machado, do BK, e Ricardo Casal e Juan Javier Peña, da David Miami, apresentaram alguns cases de BK em diversos países onde a marca hackeou sistemas.
Como já foi dito aqui no UPDATEORDIE, em um post do Felipe Ribeiro, o termo hack não precisa necessariamente estar ligado à computação ou a invasão de sistemas. No caso do BK, a marca hackeou debates sobre leis nos EUA e no Peru (YT), usou o Google Home e a Wikipedia para potencializar absurdamente as exposições de seus ads no youtube (YT) e, acreditem se quiser, hackeou o próprio BK, não vendendo Whoppers no McDia Feliz.
Em todas essas situações, a marca escolheu grandes temas, inseriu um “malware” no meio da discussão para potencializar ainda mais o debate e no final conseguiu se transformar na grande protagonista da conversa. Um exemplo disso foi o fato de a ação “Whopper Neutrality” ter sido usada como argumento durante os debates sobre a neutralidade da rede nas discussões do congresso americano.
Esses trabalhos são o encontro de um profundo entendimento da personalidade da marca, com a boa utilização de dados e acima de tudo uma incrível vontade de testar o impacto dessa personalidade no universo pop.
Mas, o que mais me chamou atenção nesta jornada hacker do BK foi a iniciativa da marca de extrapolar seus problemas do dia a dia, como seus lançamentos, promoções, sazonalidades, etc., para conversar com as pessoas sobre o que elas estão de fato conversando naquele momento. Afinal, para encontrar estes temas, a marca mergulhou em dados, mas não olhou apenas para si, para a performance de seus indicadores, termos, inputs, hashtags e afins.
Parece obvio, né? É muito mais legal conversar com quem fala sobre tudo e tem uma posição bacana sobre diversos assuntos, do que com uma pessoa que só fala de si.