Leveza e conforto não são adjetivos para definir o painel que uniu a fundadora do #MeToo, Tarana Burke, com a ex atleta de ginástica olímpica, Jennifer Sey, no palco do Cannes Lions. Histórias reais, tristes e chocantes, cuja dor se transformou em força para inspirar e envolver o mundo nesta causa.
Sey destacou que incontáveis meninas e mulheres enfrentam situações de risco, emocional ou físico, todos os dias – muito mais do que os relatados em números oficiais. E uma série de fatores impedem que elas se libertem. Se por um lado há a batalha pessoal extremamente desgastante, por outro nossa limitação cultural é devastadora, ao primeiro questionar a verdade da vítima, ao invés de protegê-la do abusador. “Para que a vítima consiga acreditar na propria verdade, é importante que ela tenha uma rede de apoio, porque primeiro atinge a auto estima, aí entra a culpa, seguida pela vergonha e uma série de sentimentos que te matam aos poucos, além de provocarem um super impacto em todas as áreas da vida”, completou.
Burke compartilhou sua história, ao lembrar de ter escutado uma criança desabafar sobre os abusos sexuais que sofria do padastro, sem ter tido a coragem de dizer “eu também”. Tal remorso a corroeu, até que anos depois teve força suficiente para falar ao mundo: me too, ou seja, eu também. A ideia de propagar o movimento foi criar empatia entre as vítimas de assédio, que ganhou aliados de peso durante o último Oscar, onde dezenas de artistas repercutiram a mensagem, tornando o movimento mundial.
Por fim, Burke pediu empatia e lembrou que o propósito da libertação impacta, porque o pior que pode acontecer, é você duvidar de si mesma. “A conexão com a sua verdade é o ponto que te transforma”, lembra.
It takes a village.
O fim de qualquer abuso precisa delas, de mim e de você. Topa?
#MeToo
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