Enquanto os alemães usaram o cinema como propaganda política, os russos usaram a arquitetura: o período soviético foi responsável por algumas das construções mais emblemáticas do horizonte moscovita, onde se destaca os arranhas-céus de Stalin – ou as Sete Irmãs, como ficaram conhecidas.=
Com suas torres imponentes e suas formas suntuosas, a obra cumpre a missão de panfletar o poderio do estado que, na época da construção, comemorava a vitória sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora o classicismo soviético divida a opinião de arquitetos e especialistas, o resultado dessas irmãs não idênticas parece agradar boa parte dos moscovitas e a larga maioria dos turistas, que registram o prédio mesmo sem saber exatamente do que se trata, admitindo que a estética diferenciada é suficiente para justificar o flash.
Para além das aparências, as Sete Irmãs já serviram de abrigo para muita gente, quando apartamentos comunais foram instalados ali. As famílias habitavam cômodos privados, mas compartilhavam o banheiro e a cozinha. Embora a era soviética tenha chegado ao fim, esse “arranjo” social se mantém em diversos lugares – inclusive, muitos hotéis costumam fazer dessa maneira, deixar os hóspedes em quarto privativo, mas com banheiro e cozinha comunitários.
Depois de atenderem sua vocação social, as Sete Irmãs passaram a ser o endereço de hotéis luxuosos e ministérios, como o de assuntos exteriores, função que exerce até hoje.
Embora encham os olhos de quem nunca viu coisa parecida, as Sete Irmãs, que foram inspiradas nos arranhas-céus americanos, não devem ver a família crescer: depois da morte de Stalin, o governo soviético baniu excessos arquitetônicos e praticamente sepultou o classicismo local.
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