Millenium: A Garota na Teia de Aranha (você também vai ficar preso)

Sete anos de azar ou sete anos de espera: o castigo, às vezes, vem com o tempo — como aconteceu com os fãs da franquia hollywoodiana da série sueca “Millennium”, que sentiram na pele o amargor do hiato entre a estreia do primeiro filme da trilogia, “The Girl With The Dragon Tattoo”, que chegou aos cinemas em 2011, e o mais novo (e inédito!) “A Garota na Teia de Aranha”, que ganha as telonas em novembro deste ano.

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O intervalo prolongado entre a exibição de um e de outro longa é compensado com uma produção que faz jus às expectativas: da escolha do elenco à cinematografia, a obra promete ser um dos principais lançamentos mundiais do segundo semestre deste ano.

Baseado no livro escrito pelo jornalista David Lagercrantz — o primeiro depois da morte do autor Stieg Larsson, criador da série –, a história resgata o passado da destemida e misteriosa Lisbeth Salander (interpretada aqui por Claire Foy), que mantém seu ar sombrio na continuação.

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Em entrevista a uma revista americana, Lagercrantz conta que os anos de profissão como repórter criminal foram fundamentais para o livro, uma vez que ele aprendeu cedo, na prática, a importância dos detalhes.

“Eu lembro que, certa vez, escrevi sobre um assassinato horrível, em que um cara finlandês mandava suas vítimas se ajoelharem e implorarem por suas vidas. Escrevi a respeito disso diversas vezes, mas nunca me tocou profundamente. Então um dia eu leio um relatório policial que dizia que uma das vítimas sequer amarrou os cadarços, apenas correu o mais rápido que podia para longe dali. Um detalhe tão bobo, mas que fez com que eu entendesse o horror daquele momento”, disse o escritor.

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Lisbeth Salander (Claire Foy)

Para nossa alegria, o diretor uruguaio Fede Alvarez soube mimetizar isso tudo para o cinema, adicionando mais um grande longa ao seu currículo, que já conta com “A Morte do Demônio” e “O Homem nas Trevas”.

Ainda que Alvarez tenha versatilidade em seus talentos, Hollywood parece tê-lo designado para os gêneros “sombrios”. Segundo seu amigo e conterrâneo César Charlone, diretor de fotografia de “Cidade de Deus”, “Ensaio Sobre a Cegueira” e outros, receber esses rótulos na indústria é algo comum: “Em 2009, Fede lançou um filme low budget chamado “Ataque de Pânico!”, que viralizou no Uruguai. Esse sucesso correu até Los Angeles, e desde então ele tem sido escalado para trabalhos do gênero, mas isso não significa que seu talento seja limitado a isso”, pondera.

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Ainda de acordo com o cineasta uruguaio – que conversou com o Update or Die com exclusividade – o filme a ser lançado pode até ser classificado como ação, já que cenas de alta adrenalina estão presentes no enredo, mas, no final das contas, o que sustenta a história toda é mesmo o enredo.

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“O roteiro sustenta, a ação condimenta. Claro que é bacana acompanhar cenas de impacto e brincar com os novos recursos tecnológicos que temos disponíveis para tornar a ação mais enérgica, mas o segredo de todo e qualquer filme é envolver a audiência emocionalmente e, a julgar pelo público fiel da saga, esse lançamento não foge à regra”, afirma.

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Ainda de acordo com Charlone, filmes de continuidade têm o desafio de não ser uma repetição e ainda assim manter a personalidade. “Tem que ter algo novo, mas não pode quebrar com tudo o que veio antes. É um equilíbrio difícil”, pontua.

Difícil, mas não impossível, porque é justamente nessa linha tênue que “Millenium: A Garota na Teia de Aranha” caminha — e se você é daqueles que só acredita vendo, aproveite e assista ao lançamento em uma sala de cinema.

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