Contexto é tudo.
A campanha na mesa da criação é uma, na apresentação para o cliente é outra, e na vida real é ainda outra.
Em 1998 o “Bureau pela juventude em Risco” (Bureau for At-Risk Youth) encomendou à sua agência uma ação simples para ser usada em escolas dos Estados Unido.
A solução foi um brinde, um pacotinho com 5 lápis, com o slogan da campanha: ”Too Cool to Do Drugs”.
Uma ação muito simples, mas certamente eficiente já que ficaria presente no dia-a-dia das crianças por um bom tempo, e o slogan seria sempre reforçado cada vez que uma criança abrisse seu estojo.
Mandaram então, fazer milhões de pacotinhos como esse:
Foi um sucesso. Milhões de crianças felizes com seus pacotinhos com 5 lápis novinhos! A ação foi um sucesso, parabéns aos envolvidos, bora pro próximo job.
Enquanto isso, na vida real…
Os lápis começaram a ser usados. E apontados.
E começou a acontecer isso:
Uma mensagem anti-drogas, virou TRÊS mensagens PRÓ-drogas.
Logo, haviam muito mais lápis com uma das 3 alternativas de baixo do que lápis com a mensagem original.
E as escolas viraram veículos da maior campanha “fique-bem louco” do mundo, com altíssima frequência de impacto no target.
O primeiro a descobrir esse efeito colateral foi um menino chamado Kodi Mosier, de apenas 10 anos, estudante da Ticonderoga Elementary School.
A partir daí a vida ficou corrida para os funcionários do “Bureau pela juventude em Risco”, que precisaram correr o país recolhendo (não me pergunte como), seus lápis-lembretes-fique-doidão das mãos das crianças.
E como somos todos bizarros, obviamente o pacotinho com os lápis “Too Cool To Do Drugs” podem ser comprados por 5 dólares na internet (tá sold out, mas logo chega uma nova remessa).
Contexto é tudo. Leve esse caso na manga como lembrete para você e para seus clientes.
Sua ideia bacaninha, lá na vida real, pode ser outra.
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