Dicas que aprendi no YouTube Space LA para montar um canal de sucesso

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Pode soar estranho ou mesmo irônico ver um espaço ao lado de Hollywood em que momento algum se dá valor aos tradicionais meios de massa como o cinema ou a televisão. Este é o YouTube Space, instalado em Los Angeles (EUA).

De fato não se trata de uma ironia e sim, uma visão estratégica. Bem ao lado do maior centro de produção cinematográfico do ocidente, está instalado o YouTube Space LA, um espaço com estúdios e salas de edição à disposição dos jovens produtores que estão conquistando a cada dia uma audiência na internet equivalente à audiência de programas de televisão.

Estes jovens não estão produzindo apenas os tais vídeos “virais” que tanto já ouvimos falar. Eles planejam estrategicamente todo o desenvolvimento de um canal no YouTube. Programam a frequência das publicações de novos vídeos e desenvolvem táticas para manter sua plateia engajada e assim, amplificam a repercussão dos vídeos ao mesmo tempo que fidelizam seus espectadores.

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É o caso da web série “Video Game High School”, produzida de forma independente por jovens americanos. O roteiro da web série VGHS é de responsabilidade de Matthew Arnold, Will Campos e Brian Firenzi. A direção fica por conta de Matthew Arnold, Brandon Laatsch e Freddie Wong. Foi lançada em 2012 e devido a boa aceitação da 1ª temporada, no ano seguinte o grupo resolveu recorrer a um portal de crowdfunding para obter ajuda financeira dos próprios usuários da internet para produzir a temporada seguinte. Eles arrecadaram cerca de 800 mil dólares. A 2ª temporada obteve mais de 2,5 milhões de views em cada episódio. Agora em 2014 o grupo está produzindo a 3ª temporada com recursos obtidos mais uma vez a partir da colaboração dos próprios espectadores da web série. Desta vez foram cerca de 900 mil dólares arrecadados. Também fecharam um contrato para exibição do programa no Netflix.

Como pode-se ver nesse exemplo, canais de YouTube são hoje um modelo de negócios para quem quer trabalhar no mercado audiovisual e claro, para uma empresa como o Google, é estrategicamente muito importante ter sua plataforma de vídeos em meio a essa nova era do audiovisual. O YouTube Space quer portanto, estimular e fomentar estes jovens produtores de vídeos independentes.

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Nestes espaços são realizados também alguns workshops com profissionais do YouTube em que os participantes passam por um grande aprofundamento sobre como produzir conteúdo de forma estratégica e todas as questões legais envolvidas. Também aprendem como desenvolver um canal de sucesso e como desenvolver a identidade da marca de um canal. Outro tema abordado são as estratégias de remuneração a partir da inserção de propaganda no canal, bem como as ferramentas de análise de resultados.

Vê-se que o Google está formando uma legião (em escala global) de profissionais especialistas na criação de conteúdos para o YouTube. Não é por acaso. Ele precisa garantir a qualidade do que é publicado dentro de sua plataforma e depende de ajuda destes usuários-parceiros para ampliar sua audiência.

Hoje o YouTube está presente em 61 países e é acessado por cerca de 1 bilhão de usuários todo mês. Os espectadores de vídeos consomem no total, 6 bilhões de horas de transmissão de vídeo por mês. Para dar conta de tanto consumo audiovisual; a cada minuto cerca de 100 horas de vídeos são transferidos para a plataforma do YouTube. Cerca de 1 milhão de canais são remunerados através da inserção de publicidade nos canais.

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Devido ao sucesso do programa YouTube Space, a empresa iniciou recentemente um projeto envolvendo exclusivamente educadores de universidades. Em Los Angeles a primeira edição desse programa exclusivo para educadores aconteceu na última semana de março de 2014 onde haviam educadores de cerca de 15 universidades americanas selecionadas pelo Google. A FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado – localizada em São Paulo, foi a única instituição de ensino fora dos Estados Unidos convidada a participar desta edição do programa YouTube Educator LAB. Como coordenador do Núcleo de Inovação em Mídia Digital da FAAP, eu estive lá e deixo aqui para os leitores do UoD um pouco do que registrei.

Diversos profissionais do Youtube se revezaram ao longo do workshop para abordar todos os aspectos da plataforma. Foram apresentados alguns importantes aprendizados colhidos a partir da experiência prática dos canais de sucesso no YouTube. Entre estes aprendizados, há recomendações bastante simples que podem ajudar quem pretende empreender um canal no Youtube. Confira abaixo:

[icon color=”#94d800″ size=”18px” target=”_blank” name=”awesome-ok-circle”] Lembre-se sempre que o número de visualização é menos importante do que o tempo médio de visualização do vídeo. Conhecido como “watchtime”, essa medida é hoje o principal fator para determinar a ordem de destaque que cada vídeo terá dentro da plataforma. Afinal, o número de acessos ou clicks de um vídeo não é bom indicador de visualização. Muitos podem acessar os primeiros segundos do vídeo e logo abandonar. Acompanhar nos relatórios estatísticos o tempo médio de visualização é uma maneira mais eficaz de avaliar a aderência de sua audiência e relevância dos seus vídeos.

[icon color=”#94d800″ size=”18px” target=”_blank” name=”awesome-ok-circle”] A interação com os espectadores do canal no YouTube é mais importante do que muitos imaginam. É vital para manutenção e ampliação da audiência dos vídeos. Um canal que faz parte de plataforma online deve aproveitar ao máximo aquilo que é intrínseco ao meio digital: a interatividade. Pode-se produzir um vídeo que faça referência aos comentários que os usuários deixaram em relação aos vídeos anteriores ou até mesmo, fazer referência direta a um espectador em especial. Outra fórmula para gerar engajamento é convidar os assinantes do canal a sugerirem temas ou colaborarem com a produção dos roteiros dos vídeos. Por fim, a interatividade pode acontecer também durante o decorrer dos vídeos através da aplicação de textos e links sobre o vídeo.

[icon color=”#94d800″ size=”18px” target=”_blank” name=”awesome-ok-circle”] O Google+ é uma rede social que pode ajudar a amplificar a disseminação de um canal do YouTube através da integração do recurso de publicação dos comentários dos usuários, tanto no canal quanto no post do G+. Quem optar pela integração, verá todos os comentários deixados nos posts do G+ também aparecendo na página do respectivo vídeo na plataforma do YouTube.

[icon color=”#94d800″ size=”18px” target=”_blank” name=”awesome-ok-circle”] Outra estratégia útil para o responsável pelo canal é observar a lista de “Top Fans” do relatório de estatísticas e a partir dela, criar um círculo no Google+ para passar a enviar mensagens exclusivas para esses top fãs e assim, aumentar a fidelidade ao canal.

[icon color=”#94d800″ size=”18px” target=”_blank” name=”awesome-ok-circle”] Consistência e redundância do formato e da linguagem são importantes para sustentar um canal no YouTube. Essa regra vale para o apresentador dos vídeos (caso exista). A redundância do formato também pode aparecer através de vinhetas de abertura dos vídeos ou pequenos blocos inseridos sempre no término de cada vídeo. A regra geral é: elementos que se repetem nos vídeos ajudam a criar uma identidade para o canal.

[icon color=”#94d800″ size=”18px” target=”_blank” name=”awesome-ok-circle”] Também é importante definir e manter uma periodicidade de publicação dos vídeos e quando possível, aproveitar eventos importantes para publicar um vídeo especial referente aquela data especial.

Estes são alguns dos principais fundamentos que os profissionais do Youtube recomendam aos seus parceiros de conteúdo, responsáveis pelos canais de maior audiência em todo o mundo.

No workshop ficou evidente que a especialização oferecida pelo Youtube, bem como a infraestrutura oferecida pelo YouTube Space – tanto de Los Angeles como dos demais que estão sendo implantados em outras partes do mundo – serão capazes de criar uma nova era de vídeos em que veremos não apenas vídeos virais dispersos pela rede, mas canais muito bem estruturados que poderão por si só servir como fonte de remuneração de toda uma equipe ou então, ganharem relevância suficiente para mais tarde, serem incorporados por uma emissora de televisão. Serão verdadeiros canais de conteúdo audiovisual para as massas. Sem dúvida, há um futuro promissor para os canais de vídeo online.

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