Se o seu sonho só inclui você, é muito pequeno

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“If your dream only includes you, it’s too small.”

– Ava DuVernay SXSW2015

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É impressionante o volume de conteúdo que temos diariamente na SXSW, e como a tecnologia nos ajuda a estar em um local, e ver ao vivo um outro keynote online, se programando para o próximo mais perto, etc… Não consegui acompanhar Ava DuVernay no seu keynote ao vivo hoje, mas o pouco que vi online, já me conquistou e inspirou. E hoje o dia inteiro foi assim. Sem as expectativas de ontem, fui surpreendido a cada momento.

WORLD WAR: Humans vs Algorithms

Logo cedo, WORLD WAR: Humans vs Algorithms foi minha escolha, com Ceren Paydas.

Já sabemos que a privacidade passa longe de nossas vidas, e que as modelagens e os algoritmos cada vez mais complexos e agressivos ditam o ritmo de nossas tendências, projetam nossas atitudes e que muitas marcas já os utilizam para aumentar suas receitas e relacionamento com clientes. Também sabemos que os governos nos monitoram a cada momento. Mas, e quando o algoritmo erra no seu julgamento (e isso é constante claro, somos humanos e mudamos nossas opiniões e atitudes a todo momento, somos eternamente curiosos) e colocam atrás das grades ou sob investigação homens de família, mães, pessoas “comuns” que só fizeram a cagada de acessar um site errado, ou tentar entender um assunto que não deveriam? Errar e imprimir um ad, um vídeo ad para o target errado, ok… acontece toda hora. Mas e quanto alguém morre por conta desse erro algoritmo?

Enfim, já existem várias iniciativas para tentar “privar” informações suas como uma rede social que não vende seu dado (https://ello.co/manifesto), “browsers” que se colocam como sigilosos (https://www.torproject.org/), e mudança brusca de comportamento (sair das redes, usar menos internet e tirar tudo que é cookie, mudar e-mail, mudar toda sua vida “virtual”) podem ser uma saída. Mas querendo ou não, você já tem um passado registrado, e tentar mudar tudo “do nada” pode trazer suspeita também, como esse caso do ano passado relatado pela TIME (caso não tenham visto: http://time.com/83200/privacy-internet-big-data-opt-out/). Somos conectados, somos dependentes hoje da tecnologia, e somos incrivelmente vulneráveis.

Future Crimes From the Digital Underworld

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O assunto continuou fantasticamente foda e profundo em outra session com Marc Godman do Singularity: Future crimes from the digital underworld. Toda evolução tecnológica será fantástica para a humanidade, mas tudo tem seu preço. O cara defende a bandeira de tecnologia sim, mas sempre com a tentativa de diminuir nossa vulnerabilidade. O cara tem uma tese inteira sobre o crime digital no Brasil, e para nossa alegria estamos no topo, somos o 3° no mundo (e não tomamos de 7×1 de ninguém aqui, somos bons mesmos). A evolução do crime organizacional é grande, são empresas de verdade (possuem RH, linkedin, etc), com altos investimentos para ganhar escalabilidade. Há uma telecom no México, uma outra ucraniana de antivírus fantástica, Innovation era o nome, e vendiam antivírus para proteger nossos PCs, Notes… mas na verdade estávamos instalando um vírus em nossas máquinas, que roubaram alguns milhões em quase 3 anos de vida.

O que achei mais interessante é que a Innovation tinham um grande dpto de QA (que muitas que deveriam ter não possuem) para garantir a qualidade do produto. Que existe a deepweb, darkweb, redes não indexadas pelo google e que atuam em protocolos diferentes sabemos que existe, o próprio governo americano e outros que criaram tudo isso para suas comunicações privadas, em tempos de guerra ou não, mas que nelas existem seus “googles” (chamado GRAMS), seus “e-bays” (silkroad), amazons entre outros foi uma surpresa. Que da mesma forma e facilidade que compramos tênis, roupa, filmes e livros online, eles vendem drogas, armas, escravos, encomendam mortes… online! Um submundo paralelo que movimentou US$ 1.2bi ano passado. O GRAMS tem “ADWORDS”, “ANALYTICS”.

E como disse Marc:

“quem disse que o crime não compensa?”.

Um único criminoso digital no México foi pego um tempo atrás com US$ 200MM em cash. Não quero nem pensar nas inovações do crime que os drones vão trazer. #medo. E pensando que tudo que é conectado é “hackeado”, tenho medo de falar no carro coisas minhas pois tem um microfone nele para o viva voz, em casa, com a smarttv, também tem um microfone ligado 100% do tempo escutando o que eu falo e analisando cada palavra esperando o comando “ligar tv”. E o mais maluco é que tudo isso não é o futuro do crime, é o crime atualmente… o futuro do crime na verdade, como da tecnologia e da mediciona, é o bio crime. Nosso DNA é algo hackeado também, e estamos estudando e evoluindo nessa “tecnologia”. #muitomedo

Ronda Rousey e Jessica Eye

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Ronda Rousey e Jessica Eye, lutadoras fantásticas do UFC, e incrivelmente bonitas pessoalmente assim (estavam bem produzidas), também apareceram por aqui para dar uma coletiva, e o que me prendeu a essa “entrevista” foi o fato da Ronda ter escolhido uma profissão que nem existia na vida, ela queria ser campeã do UFC quando nem existia sua categoria. Uma mulher que mostra para o mundo que todos podem buscar seus sonhos e transformá-los em realidade. Que mostra que não existem barreiras para a força de uma mulher. Dana White, também presente nesse encontro, certamente adorou esse sonho e fatura alto com ele. Mas enfim, como Ronda disse, seu propósito de vida é inspirar outras mulheres a serem quem elas quiserem ser.

Sonho de Ronda é que todas as mulheres possam fazer suas escolhas, e “lutarem” por elas. Do Marc que todos tenham acesso a alta tecnologia, mas com o mínimo de segurança. Da Ceren de espalhar a voz de que os algoritmos não podem tomar “todas” as decisões que já tomam hoje, muitas sim, mas não as que definem o futuro de um ser humano… todos sonhos coletivos, cada um na sua, mas com muita coisa em comum. Que dia inspirador, e que me faz pensar como nós seres humanos somos fortes, para o bem e para o mal.

*A cobertura do Update or Die tem o oferecimento do Santander. Apoio cultural do Twitter Brasil e Apex-Brasil, parceria de conteúdo com a Revista Trip e a produtora de áudio Luchalibre.

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