O maior palco do mundo.

 

Em Austin, toda esquina é palco. Sim, há uma programação oficial. Centenas de apresentações de banda em busca de um espaço. Mas nas esquinas, algo mágico acontece. São anônimos que não estão em busca de fama (apesar de cuidarem muito bem das suas imagens e performances), não estão em busca de dinheiro (embora quase sempre haja um case de instrumento aberto por perto para os que querem contribuir com algo). No encontro de duas ruas, por aqui, vê-se o encontro maior. O artista e a plateia. O palco é livre e fica quem quiser; o palco é livre e toca quem quiser. A liberdade, um caderno pautado sem nenhuma nota escrita, a possibilidade de seguir uma melodia nova a todo instante. Pode ser de improviso, no chão mesmo – e pelo ar, em improvisos que jamais serão ouvidos. São notas soltas que não se perdem: se encontram. A música está em toda parte. O som do baterista solitário atravessa os acordes do guitarrista do lado oposto que mistura-se ao som eletrônico que vem de dentro de um pub que é sobreposto pelas vozes de um grupo de hip-hop que está no mesmo batimento por minuto do baterista da esquina anterior. São tantas informações que a cabeça não consegue registrar tudo, mas o coração sente – viva e pulsante – uma cidade orquestrada para um festival. O SXSW é para quem tem ouvidos atentos e quer levar na bagagem – e nos cases dos instrumentos – mais perguntas do que respostas. Aqui descobrimos que empreender é uma arte. Que qualquer esquina é um palco. E que o caderno pautado, em branco, pode ser seu.

*Pedrinho Fonseca é convidado especial do Update or Die e do banco Santander durante o SXSW e veio a Austin com uma missão. Trazer um banco vermelho e convidar pessoas a sentarem nele. A contarem suas histórias. E, assim, descobrir um #bancodeinspirações.

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