Keep yourself weird

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Eram muitas perguntas, antes de partir. Onde vamos encontrar um banco vermelho em Austin? Quem vamos convidar para sentar nesse banco? Será que as pessoas vão dar os seus depoimentos na frente da câmera? E se não funcionar, se não sair como esperamos? E se chover? E se for preciso atravessar a cidade carregando esse banco embaixo do braço? E se as pessoas não quiserem parar o que estão fazendo para conversar comigo? E se? E se? E se? A primeira frase – e a que mais ouvi aqui – foi keep Austin weird. Todo mundo dá uma risadinha quando escuta isso e se depara com as microestranhezas visíveis em comportamentos, roupas, trejeitos, manias, objetos, placas luminosas, cardápios, fantasias, cabelos, barbas (haja barba), danças. Mas essa é a superfície, apenas. Depois de quase quinze dias, dá para perceber o quanto o mantra keep Austin weird é sério. Permanecer estranho é continuar autêntico, conservar valores culturais, consolidar o DNA, manter-se legitimamente vivo, definir-se. É descobrir-se enquanto ainda está se transformando. Essa força estranha serve para Austin, serve para mim, talvez sirva para você. Pedir para as pessoas sentarem no banco, o #bancodeinspirações. Um projeto autoral e colaborativo. Que entrou como parte da cobertura gigante que o Update or Die fez – e que um outro banco, o Santander, apoiou. Em Austin, no meio de tanta coisa interessante acontecendo, para falarem sobre os seus propósitos, suas ideias, suas vidas, foi uma maneira de pedir licença, entrar na vida das pessoas e, sim, conhecer as suas estranhezas. Aqui, todo mundo está vulnerável – uma dica: para aprender, é fundamental estar. Todo mundo está aberto – outra dica: para crescer, é necessário estar. Todo mundo está com tempo – a última, prometo: para existir, é preciso entender bem o que fazer com o tempo. Nosso dia-a-dia quase nunca permite vulnerabilidade, abertura e tempo. Quase nunca é modo de dizer. Na verdade: nunca. Entramos nas conversas querendo respostas conclusivas. Pontos finais. Não. Aqui vi pessoas ávidas por uma boa dúvida. Durante o SXSW, o objetivo maior me pareceu ser parar para pensar. Parar. Pensar. Pare e pense nisso. Parei, pensei e vejo que estou embarcando para casa nesse exato instante e me sinto muito estranho.

[nota do autor: gostaria de agradecer a pessoas muito importantes nesse desafio. Meu muitíssimo obrigado a Gustavo Giglio por abrir as portas do Update or Die. A Dani Bogoricin por me ensinar tanto em tão pouco tempo sobre o Twitter e sobre a vida. A todos do Santander pela confiança e pelo grupo de whatsapp mais legal (#litudinhomesmocalado). Ao time da Talent por jogar junto com a gente. Ao time da Agência 3 pela incansável dedicação, 24 horas por dia. A cada amigo novo feito aqui no Texas – foram muitos – meu abraço. E, principalmente, a cada pessoa que sentou no #bancodeinspirações e deixou tanto de si – meu muitíssimo obrigado pela sua vulnerabilidade, abertura e tempo. Vocês são estranhos.]

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