Aldus Manutius: o inventor do livro portátil e do efetivo hábito da leitura

Mais um gigante, desconhecido.

Gutemberg pode ter inventado o livro impresso, com sua prensa de tipos móveis e suas bíblias do tamanho de mesinhas de centro. Mas foi um italiano chamado Aldus Manutius que transformou o livro nesse pequeno retângulo que conhecemos hoje: pequeno e portátil.

Há 600 anos, se você quisesse ler um livro, você precisaria ir até um mosteiro, uma igreja ou biblioteca. Você se sentaria diante de uma grande mesa e viraria as páginas de um livrão enorme, do mesmo jeito que fazemos com as páginas de um jornal de papel. E provavelmente por causa dessa trabalheira toda que Aldus teve a ideia de publicar livros que pudessem ser carregados.

Fez os “Libelli Portatiles”.

Inventou um “mobile”, usando o mesmo princípio por trás do seu tablet ou smartphone, só que com livros.

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O livro, com tamanho de livro.

É difícil pensar nisso hoje sem achar que ele tenha enxergado o óbvio, mas mais fascinante ainda é concluir que com essa evolução, relativamente simples no produto, Aldus tenha inaugurado um hábito: a cultura axilar, informação e entretenimento que se leva embaixo do braço para onde quiser (“cultura axilar” depois acabou virando sinônimo de gente que acha que só de ter comprado o livro já fica mais culta, mas isso é outro papo).

E o que parecia ser apenas uma nova versão de algo que já existia, se mostrou como a maior inovação em favor da disseminação do conhecimento até então. A verdadeira democratização da informação e do conhecimento.

Pode reparar, geralmente é assim mesmo: um inventa a possibilidade, outro inventa a viabilidade. A lâmpada e a rede elétrica.

Portanto, se você adora ler seu livro (ou estudar!) em uma rede, no seu sofá, em um café, na praia, no banheiro ou em qualquer outro que não precise de uma mesa, o cara que merece seu brinde é o Aldus Manutius. Mais um sujeito que “fez acontecer”.

Quem estiver por NY durante este mes, pode conferir muito mais na exibição “Aldus Manutius: A Legacy More Lasting Than Bronze, no Grolier Club em Manhattan – até o dia 25 de Abril.

PS: mais um motivo para ficar feliz – hoje além de poder carregar um livro para cima e para baixo, podemos carregar quase todos de uma vez. E sem aumentar o peso da nossa carga ;) Muitos de todos os escritos do mundo, na palma da sua mão. Grande época para se estar vivo, não?

PS2: Aldus Manutius também é o inventor do “itálico”. Assim ó.

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