Lançamento do livro HISTÓRIAS INTRAORDINÁRIAS

Opa! Este updater que vos fala (com a concessão dos chefes Wagnão e Guga) vai fazer um jabá do seu mais recente projeto: o livro de contos HISTÓRIAS INTRAORDINÁRIAS.

Venho neste post fazer um convite. Dia 30/4 (quinta) lançarei meu primeiro projeto literário: o livro de contos HISTÓRIAS INTRAORDINÁRIAS. O prefácio veio assinado pelo mestre João Carrascoza e a capa foi magistralmente ilustrada pelo Lourenço Mutarelli.

Será na livraria Martins Fontes da Paulista e começa em torno de 18h30. Apareçam que vai ser legal.

Pra dar um gosto do conteúdo segue um pequeno conto que faz parte do livro.

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SENTENÇA DE MORTE

O carrasco olhou, pela fresta da porta, para os condenados que caminhavam tristemente para a forca. Um senhor de alguma idade com o corpo marcado por rugas, dois rapazes e uma garota. Todos com os braços amarrados e os rostos cobertos com capuzes pretos. De acordo com uma superstição do calabouço, alguém prestes a morrer nunca poderia olhar para o rosto de seu algoz, pois este último seria eternamente amaldiçoado.
A trombeta soou do lado de fora. O carrasco entrou e colocou todos em fila gritando.
— Andem, seus miseráveis! Não tenho o dia todo!
O cadafalso estava preparado e o carrasco viu a multidão reunida, sedenta por morte. Aquilo era um circo do horror. Os dias em que o comércio mais lucrava eram os de enforcamento. As pessoas vinham de longe para presenciar aquele espetáculo mórbido e se enchiam de bebida e comida enquanto o aguardavam.
O carrasco colocou os quatro em posição. A garota urrava, pedindo para não morrer, e um dos jovens chorava copiosamente. Um padre orou e perdoou os criminosos. Haviam sido condenados por crimes contra o reino.
A alavanca foi abaixada e o cadafalso se abriu. Em um átimo, os quatro estavam pendurados a se debater enquanto esvaziavam os intestinos nos espasmos finais da vida. A multidão delirou e aplaudiu. Por alguns segundos o carrasco, uma criatura obesa e lustrosa, sentiu-se um deus louvado por seus fiéis.
Foi tirar os capuzes de cada um dos condenados para revelar ao público a identidade daqueles que haviam morrido. O velho tinha uma estranha expressão de paz no rosto. A garota estava com os olhos abertos e havia mastigado violentamente a língua no choque da morte. Um dos rapazes ainda carregava a face do extremo desespero. E quando retirou o capuz do último, a mão do carrasco tremeu descontroladamente. Viu o rosto do filho que havia fugido de casa um ano antes. Finalmente o reencontrara.

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