RE-SOLUÇÕES DE ANO NOVO PARA MARCAS

Por Tiago Santana

[su_heading size=”26″ align=”left” margin=”0″]As re-soluções de ano novo são aquele monte de soluções que idealizamos para os nossos problemas e que, após a euforia inicial, nunca são executadas. Daí ficam aguardando em um limbo mental para serem ressuscitadas (ou recicladas) na próxima virada.[/su_heading]

Resolução deriva de resolver, resoluto. Sinônimo de determinação. Resoluções de ano novo são aquelas decisões inabaláveis que tomamos mentalmente ou anotamos em uma lista e que implicam em uma série de mudanças que vamos promover em nossas vidas ao longo do ano que se inicia. O princípio de uma nova era. Otimismo em nível estratosférico. Motivação a mil. Não costumam passar do Carnaval.

Aí o embalo de “deixa a vida me levar” toma conta e tudo volta a ser como sempre. É por isso que gosto de chamá-las de re-soluções. Acho que resume melhor o comportamento geral. As re-soluções de ano novo são aquele monte de soluções que idealizamos para os nossos problemas e que, após a euforia inicial, nunca são executadas. Daí ficam aguardando em um limbo mental para serem ressuscitadas (ou recicladas) na próxima virada.

O curioso é que este ciclo comportamental não fica restrito aos objetivos pessoais. Observo, ano após ano, no que diz respeito a gestão de marcas de pequenas e médias empresas, metas anuais serem abandonadas e tudo ser tocado na base do bumba-meu-boi. Na minha empresa já aconteceu muitas vezes. Culpa da economia, da Dilma, do dólar. Falta de foco? De organização? Nuuuuunca.

De qualquer forma, “daqui para frente tudo vai ser diferente” e mesmo já estando quase na metade de janeiro, compartilho minha listinha de re-soluções de ano novo para gestores de marcas.

  1. Encontrar um propósito — Tudo começa por aqui. Tem uma frase de Mark Twain que resume bem esse item: “Os dois dias mais importantes da sua vida são: o dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê”. A maioria dos negócios nascem motivados pelo lucro. Guiados pela lei da oferta e demanda, muitos gestores ignoram o fato de que para que um negócio evolua, cresça e perdure é preciso entregar mais do que o produto/serviço. Não se engane, marca não é apenas aquele simbolo que está fixado em sua fachada ou impresso no cartão de visitas. Marca são os valores, sentimentos, ideias e afetos que seu negócio entrega. É a percepção que as pessoas tem dele. Pode até acontecer de maneira natural, empírica, mas se o objetivo é assumir as rédeas do processo, definir a identidade da marca e ser fiel a ela é algo imprescíndivel.
  2. Fazer um detox comunicacional — Esse é decorrente da falta de identidade da marca e/ou de uma estratégia de comunicação bem definida. O fato é que muitas empresas depositam muita energia e dinheiro com ações de marketing e comunicação que não são coordenadas ou que não contribuem em nada para os objetivos da marca. Os esforços ficam, então, pulverizados em diversas iniciativas sem retorno que, ao invés de fortalecerem, deixam a marca banalizada e sem poder de fogo. E aí já viu né? Pra quem está se afogando, jacaré é tronco. Para sair dessa, basta fazer um teste simples: se não é possível mensurar o retorno de determinada ação, provavelmente não é um investimento, é um gasto. Corte já os excessos e comece a ganhar fôlego.
  3. Fortalecer os laços afetivos — De modo bem simplista, uma marca nada mais é que uma intersecção entre as histórias que as pessoas tem da empresa e suas próprias histórias. E histórias não sobrevivem sem emoção. É estimulando a emoção que se consegue as melhores pessoas para trabalhar, bons parceiros e clientes mais fiéis. Porém, ninguém gosta de ser manipulado. Para que estes sentimentos sejam genuínos, é preciso que os valores da marca somados a códigos de conduta sejam compartilhados por seu público interno, criando-se uma cultura organizacional inspiradora. É assim, de dentro para fora, que a marca cria valor perante o grande público. Parafraseando a escritora portuguesa Augustina Bessa-Luís: “A cultura é o que identifica um povo com a sua finalidade”.
  4. Arrumar a casa — Aposto que você não recebe visitas sem que sua casa esteja organizada. Com as marcas não deveria ser diferente. Grande parte da percepção sobre uma marca é creditada à imagem que ela projeta publicamente. Infelizmente, muitas empresas padecem de um mesmo mal: a falta de padrão e/ou qualidade em sua comunicação e no seu design. Algumas fazem ainda pior: imitam, copiam e tornam-se versões despersonalizadas e mal-acabadas de suas próprias concorrentes. Por isso, nada de gambiarras ou medidas cosméticas. Estabelecer uma linguagem visual e verbal organizada, eficiente e criativa em todos os pontos de contato da marca é a base para torná-la mais atrativa e envolvente.

Bom, vou parando por aqui. Afinal, já ouvi em algum lugar que quanto mais re-soluções, menos realizações. Um ano marcante para você.

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