O título desse texto é uma brincadeira com a frase do sofista grego, Protágoras, que dizia que “o homem é a medida de todas as coisas”. Estou muito longe de tentar ser um sofista do novo século, mesmo porque a distância das ideias das duas frases talvez seja maior que o próprio tempo em que elas foram escritas.
O ser humano sempre teve obsessão pela medida. Mede-se o tempo, a distância, o quanto de dinheiro se tem, amores, bíceps, prédios, população, carboidrato etc. Com os avanços tecnológicos que ocorreram a partir do século XIX, essa gana só aumentou. O físico William Thomson já afirmava que “aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar.” No século seguinte, a medicina trouxe a possibilidade de medir o colesterol e os glóbulos brancos, as empresas de carro, os cavalos do motor, as grandes indústrias, a quantidade de poluentes emitidos e assim por diante.
Não se pode negar que a medida passou a ter uma relação íntima com o capitalismo. A era pós-digital, ou seja, hoje, só confirma que quanto mais profunda for a análise da medida, mais dinheiro se pode ganhar. Qualquer pessoa que trabalhe com uma mídia digital hoje, seja um e-commerce, um blog ou um canal de televisão, precisa conhecer as ferramentas disponíveis para medir praticamente tudo o que acontece naquele ambiente.
Minha intenção não é ensinar o que medir, nem como medir, mesmo porque as plataformas são múltiplas e esse artigo teria de ser transformado em livro. O objetivo é entender que o digital é a medida de todas as coisas, seja na sua corrida matinal ou na localização das pessoas que estão assistindo seu vídeo ao vivo pelo Facebook.
Nossas metas ficaram mais rígidas nos tempos modernos, o digital nos deu a possibilidade do autodidatismo e da medida dos nossos esforços. Como tudo, são ônus e bônus, dependendo da forma que usamos as ferramentas. O que não podemos esquecer é que independente da era, coisas como caráter, bom senso e prudência nunca serão medidos por um app. Serão medidos pelos olhos de quem vê.
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