Os novos híbridos

Considerações finais do SXSW 2016 por Cristiano Frois – VP Creative, Planning & Content – Ad.Dialeto.

Quanto chegamos ao fim da parte Interactive no SXSW, e a frase que mais se ouvia era “Agora a cidade muda de cara, entram os músicos, e suas tatuagens, roupas pretas, chapéus e instrumentos… e os shows!”.

Esse evento começou com música. Bandas independentes florescendo no cenário rico de Austin e sua fama de live music.

De lá pra cá começou a discussão do negócio da música, influenciado pela revolução digital, e essa discussão tomou rumos mais abrangentes, considerando tudo que essa nova realidade impactava.

Esse papo interessante acabou atraindo pessoas interessantes e com algo pra mostrar, e não demorou para as marcas enxergarem nisso seus “formadores de opinião” e bater aquela vontade de “temos que estar lá!!!!” do gerente de marketing hipster.

E elas vieram, e trouxeram as agências, obviamente.

Formou-se o caldeirão. Gigs, gamers e start uppers são os mesmos publicitários e músicos misturados na mesma discussão, na mesma turma e muitas vezes na mesma pessoa. O impulso é criativo, o pré-requisito é estar infiltrado, pessoalmente, na vida contemporânea e todos seus elementos, sem etiquetas.

A ideia é discutir o futuro, passando por questões comerciais e como venderemos mais nessa nova realidade (sim, estamos aqui para vender, não sejamos hipócritas, ok?), mas também passando por como isso nos impacta como seres humanos, tais como as questões de igualdade de gêneros e felicidade discutidas bastante aqui.

Design, Inteligência Artificial, Realidade Virtual, Experiência do Usuário, etc. são então abordadas por um público que enxerga esses elementos como ferramentas necessárias para a construção de uma nova realidade comercial e social.

A heterogeneidade individual dos participantes acaba por ilustrar também algo muito valioso para nós comunicadores, o nosso tão almejado “target”.

Pessoas não se separam mais por dados demográficos (o que faz com que nosso antigo amigo GRP fique meio caduco), mas sim por interesses pessoais que só fazem sentido dentro de cada indivíduo, e não em um pacote pré concebido da tal persona naquele board na parede de post its do workshop.

Os novos híbridos são indivíduos que dão likes aqui e também acolá, que tem amigos jovens e velhos, caretas e modernos, que podem gostar de meninos e meninas, e que estão vivendo cada momento com seu conjunto de referências e expectativas construído de uma forma tão frenética quando a dinâmica urbana em que ele transita.

É um mundo novo, onde a discussão dos caminhos e soluções de comunicação e design para pessoas tem que considerar como as pessoas são: completas, individuais e principalmente complexas.

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