Ranking: os 10 episódios da 6ª temporada de Game of Thrones

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Poucas coisas na vida deixam um vazio no coração como Game of Thrones. Principalmente quando sabemos que o que vem a seguir é uma espera longa, recheada de ansiedade e que será saciada com apenas sete episódios. Depois disso, serão mais meses e meses de sofrimento e, provavelmente, só mais outros seis episódios. Daí, ó, nunca mais. Essa temporada, discutivelmente uma das melhores de toda a saga, já encaminha os personagens, tão complexos a esta altura da história, ao que parece ser uma quase reta-final, evitando introduzir novos elementos (não foi dessa vez, Lady Stoneheart) e dando desfechos brilhantes a núcleos e conflitos pouco explorados no quinto volume. Ah, e teve fan service, graças ao Senhor da Luz. O que nos resta fazer é dissecar todo e qualquer componente apresentado, criar inúmeras teorias em cima deles, rankear os episódios e celebrar a incrível temporada que ficou pra trás.

10º – No One (8º episódio):

Quando a promessa é grande, o tombo também corre o risco de ser. Foi exatamente o que aconteceu com o oitavo volume da sexta temporada, intitulado “Ninguém”, em referência à jornada de Arya para se tornar uma assassina sem rosto. Filler não foi: tivemos o confronto final da jovem Stark com a Waif e o anúncio oficial de sua volta para Westeros, o retorno de Beric Dondarrion e a Irmandade Sem Bandeiras, Cersei “escolhendo violência”, o tão esperado reencontro de Jaime e Brienne e a resolução da entediante treta de Correrrio, o retorno da Daenerys a uma Meereen em chamas, além da proibição de julgamentos por combate por Tommen, o trouxa. Tudo entregue ao público de maneira fria e insossa, com uma narrativa lenta que aniquilou o ritmo do episódio. De quebra, ainda acabaram com as esperanças de quem torcia pelo CleganeBowl e pela volta sangrenta de Lady Stoneheart.

9º – The Red Woman (2º episódio):

Diferentemente de um piloto, o primeiro episódio de uma temporada nunca é de tirar o fôlego. Ele tem algumas missões, afinal: situar o público no que diz respeito a onde estamos na trama em diferentes núcleos, quais são as possibilidades, além preparar o terreno do que realmente está por vir. Isso tudo antes de dar continuidade à história. Então, invariavelmente, o ritmo será afetado. Encontramos, contudo, a resolução para a ida insuportável de Jaime a Dorne, que sofre um golpe político, e Cersei, que ao ver o corpo da filha, perde-se um pouco mais de si mesma. O grande destaque é a personagem que dá nome ao episódio: Melisandre. Sempre confiante e com a certeza sobre as consequências de suas ações, encontramos a personagem em um lugar inédito, sombrio, inseguro, completamente diferente do que estava enquanto acreditava que Stannis era o Príncipe que foi Prometido. Pela primeira vez, sem a gargantilha (onde compra?), vemos sua verdadeira forma: uma mulher muito velha, que poderia muito bem ter mais de 100, 200 anos, frágil e vulnerável. Afinal, por que o Senhor da Luz manteria a bruxa viva por tanto tempo? Qual será o papel desempenhado por ela na grande guerra que está por vir em Westeros?

8º – Blood of My Blood (6º episódio):

Game of Thrones não é uma série que abusa de flashbacks, recurso que pode se tornar cliché e uma saída preguiçosa no contar de histórias. Por isso, quando Bran revê a morte de Aerys Targaryen, o Rei Louco, o impacto no público é grande. Curiosamente, a visão vem acompanhada de uma explosão de fogovivo, dando a início a perguntas: será que as constantes ameaças de Cersei de queimar a cidade para proteger Tommen, o trouxa, vão se concretizar? E será que Jamie será o valancar (irmão mais novo) que irá tirar a vida da Rainha mãe, como previsto na profecia da bruxa? Isso tudo nos primeiros minutos do episódio, que também conta com o retorno do tio Benjen, sumido desde a primeira temporada. Bom, porém pouco memorável.

7º – The Broken Man (7º episódio):

O Cão. Está. De volta. Quem diria que Sandor Clegane traria um frescor tão bem-vindo à série? O retorno do personagem foi montado de maneira inusitada, em três grandes cenas atenciosas, dando começo, meio e fim ao novo núcleo e originando questões sobre sua relevância nesta pré-fase final. Margeary, supostamente convertida à Fé dos Sete, entrega o desenho de uma rosa à vovó Olenna, Rainha dos Espinhos, como quem diz: “Eu ainda sou Tyrell. Aguarde, tenho um plano.” Finalmente algo interessante em Porto Real! Agora, o momento que todos não sabiam que esperavam: a introdução de Lady Lyanna Mormont, a criança mais daora e ponta-firme de todo o Norte. Que ótima escolha de elenco e roteiro: humor em uma cena recheada de seriedade e, bem, tretas nortenhas. Pra fechar, um bom cliffhanger: será que Arya sobreviverá às facadas da Waif? Tan tan taaaan.

6º – Oathbreaker (3º episódio):

O segundo episódio da temporada acabou com uma deixa que fez todos os fãs contarem os segundos para Oathbreaker. Todos queriam saber como Jon Snow e a Patrulha da Noite reagiriam à ressurreição do Azor Ahai Lorde Comandante pelas mãos de Melisandre. Ok, vou direto ao ponto no que realmente importa no episódio: nós vimos as perninhas de Olly balançando enquanto ele era enforcado por traição e foi ótimo #FuckOlly. Como se não pudesse ficar melhor, tivemos o início da Torre da Alegria, com Ned chegando para resgatar sua querida irmã Lyanna de Troia. Espera, isso são gritos de bebê? Como assim está na hora de voltar, senhor Corvo de Três Olhos? NÃO! NÃO! É, não foi dessa vez. Mas a cena foi incrível, e Bran testemunhou que consegue exercer certa influência sob o passado.

5º – Home (2º episódio):

Ele. Está. Vivo. Antes de entrar no ponto culminante de “Home”, que deu um salto significativo no gás da série em comparação ao primeiro episódio, é importante reconhecer outros momentos significativos, como o retorno de Bran, agora um aprendiz do Corvo de Três Olhos, que nos leva, pela primeira vez, ao passado e para a infância e Ned, Lyanna e Hodor em Winterfell. Sim, o hype é real. Também testemunhamos a incrível interação de Tyrion com Viserion e Rhaegal, os dragões de Daeny, e a memorável fala: “Eu sou amigo da mãe de vocês”. Fan service? Talvez, já que, provavelmente, não teremos a cena nos livros, mas é um alívio cômico muito bem-vindo. De quebra, retomamos as teorias sobre o jovem Lannister ser, na verdade, um Targaryen e/ou um dos escolhidos a montar uma das feras na grande guerra pela sobrevivência dos Sete Reinos. Agora, Jon Snow. Não importa se você seja do time do “eu já sabia!” ou dos que perderam suas esperanças depois da terceira facada, a volta do personagem ao final da cena esteticamente simples, escura e levemente assustadora foi eletrizante. Se prepara, Olly.

4º – Book of the Stranger (4º episódio):

Duas palavras: STARK. REUNION. Os olhos de toda a nação se encheram de lágrimas ao ver o abraço de Sansa e Jon, a primeira vez que qualquer filho – cof cof, ou sobrinho – de Ned Stark se reencontra desde a primeira temporada da série. Foi lindo e direto ao ponto: muito bom, muito que bem, mas precisamos retomar nosso lar. E como podemos esquecer que ali, na Muralha, nasceu Briemund, a.k.a. Brienne + Tormund, a.k.a. o melhor ship de todo o verão. Mesmo com tudo isso, o ponto alto do episódio foi o final, com Daeny batendo de frente com a misoginia dos Khals e renascendo (segunda vez!) do fogo, mais poderosa do que nunca. Sair fugida? Nem pensar. A viúva de Khal Drogo fez Vaes Dothrak se ajoelhar perante ela e acompanhá-la em sua volta a Meereen. Abaixa que é tiro, molecada.

3º – The Door (5º episódio):

Nada poderia nos preparar emocionalmente para o que estava por vir. Meu Deus. Antes de Bran resolver dar rolê imprudente sem o Corvo de Três Olhos, descobrimos que foram os próprios Filhos da Floresta que criaram os White Walkers (teoria que já rolava entre os leitores da saga de George R.R. Martin) em um momento de desespero na luta contra os humanos.. Enfim, depois do breve encontro com o Rei da Noite, a marca no braço de Bran permite a entrada dos White Walkers na caverna. Depois disso foi só correria, angústia e sofrimento. Confirmando a teoria de que a HBO odeia os lobos Stark, Verão se joga contra wights pra ajudar a fuga do seu dono, que está em uma visão em Winterfell com o Corvo de Três Olhos. Morte de lobo tem peso igual a morte de cachorro em filme, sabe? Bran, no meio do caos, invade a mente do Hodor do presente e passado ao mesmo tempo. Não dá pra saber exatamente o que aconteceu, mas os gritos de Meera pedindo pra “segurar a porta” (“hold the door”) acabam sendo repetidos freneticamente pelo jovem Willys, que chega ofegante em “Hodor”, a única palavra que diria pelo resto da sua trajetória. O sacrifício de um dos personagens mais queridos da série foi executado com destreza e ficará marcado como um dos momentos mais emocionantes de toda a história.

2º – Battle of the Bastards (9º episódio):

Nunca Game of Thrones decepcionou com um episódio de luta – é isso que eles fazem de melhor, a gente sabe. Mas junto à coreografia e a fotografia impecável, que eram esperadas, Battle of the Bastards a batalha com o maior peso emocional da série até agora. Assistimos a Sansa e Jon deixarem seu lar na primeira temporada e não podemos esperar mais um segundo sequer pra vê-los retornar e tirar as bandeiras Bolton de Winterfell. A dinâmica complicada entre os dois, de cara, já acrescenta um contexto interessante ao que está por vir. Mais uma morte que deu gosto de ver, arquitetada por uma personagem forte e complexa que mostrou que de sonsa não tem nada. Nota de rodapé: Tyrion contando pra Daeny a história sobre seu pai, O Rei Louco, e fogovivo só reforçou o hype de Cersei, literalmente, colocar fogo em tudo na finale. Bom trabalho.

1º – The Winds of Winter (10º episódio):

Não é que o último episódio foi bom, ou muito bom: foi o melhor de todos os 60 já lançados. O volume, que também leva pra casa o título de o mais longo até agora, não se apressou e deixou que suas cenas de desenrolassem de forma orgânica, usando e aproveitando cada elemento apresentado ao máximo. Porto Real foi introduzida com seus personagens se preparando para o julgamento de Cersei, que se prova cada vez mais a maior (e melhor) vilã da série. É amar odiá-la ou odiar amá-la. A trilha sonora composta por Ramin Djawadi (a faixa “Light of the Seven” já está disponível para streaming na Apple Music e Spotify) moldou o clima sinistro e incerto com maestria. As atuações Natalie Dormer (Margaery Tyrell), Jonathan Pryce (High Sparrow), Finn Jones (Loras Tyrell) e, por fim, Dean-Charles Chapman (Tommen Baratheon) vêm com força total, envolvendo e tirando o fôlego dos espectadores. Que despedida. Não há muito mais o que dizer sobre a explosão do Grande Septo de Baelor, cujas consequências levam o núcleo, que há algum tempo havia perdido seu apelo, a se encontrar em um lugar inesperado, com Cersei, agora fria, vazia, feroz (e bem-vestida) no trono uma vez ocupado por seu ex-marido e filhos. Só resta uma etapa da profecia: a morte da personagem nas mãos de seu irmão mais novo. Quem será: Jaime ou Tyrion, prestes retornar como Mão do Rei de Daenerys, que finalmente entra no “grande hoje”? Foram muitos momentos marcantes e decisivos, como a concretização da vingança de Arya contra Walder Frey e sua casa e a proclamação de Jon Snow como Rei do Norte (cortesia da maravilhosa Lyanna Mormont). Falando em Jon e Lyanna… O momento que os leitores da saga de George R. R. Martin aguardam há, literalmente, 20 anos e os espectadores da série esperam há seis: Torre da Alegria, R + L = J. Confirmado. Mesmo, tecnicamente, previsível, a cena teve mesma a carga emocional e impacto de uma revelação inesperada por conta de sua relevância no grande arco das coisas.

Falando nisso: Azor Ahai confirmado? Só o tempo dirá. E que ele se apresse, pois o inverno está aqui.

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