Cicatrização e vigilância

https://youtu.be/THytgK8fT_I

Um ano depois. Isso, hoje, há um ano, por volta das 17h, os moradores do Bento ouviram uma moça gritando em cima de uma motocicleta. Parecia cena de filme, alguns disseram, mas não. Atrás dela um oceano de lama deixava um rastro de destruição. O crime ambiental foi notícia no mundo todo, figura entre os cinco maiores desastres ambientais já ocorridos, destruiu cidades, desabrigou milhares, matou 19 brasileiros e massacrou um rio.

Uma semana depois nossa equipe teve acesso aos subdistritos destruídos. No Bento, estivemos cinco vezes desde então. Fizemos amigos, ouvimos histórias, choramos juntos e estamos em processo de cicatrização. Ao longo do ano promessas dos que causaram a dor, não pagamentos, um rio sangrando, multas negligenciadas, prioridade de capital. Nas últimas décadas, a cada dois anos aconteceu um desastre de graves proporções com barragens de rejeitos em Minas Gerais. E segundo um levantamento do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), há no Brasil 16 barragens que apresentam riscos de rompimento.

Durante todo o caminho do projeto {Memórias de Mariana} a pergunta que nossa equipe mais ouviu foi, ‘vocês estão lá, como é a sensação dos desabrigados?’ Podemos afirmar. É impensável, mesmo com tantas visitas à região, nunca saberemos, de verdade, a consequência desse crime na vida daquelas pessoas.

Um ano depois seguimos anestesiados. Mas certos de que fazer a nossa parte é parte da solução.

Atuação do MPMG: https://goo.gl/5DGrJn
Conclusões do MPF: https://goo.gl/P9ADTL
Um governo que sabia de tudo: https://goo.gl/erdnYe
Um Brasil da negligência: https://goo.gl/i4WLvZ

Assista abaixo os outros episódios dessa nossa série documental, “Memórias de Mariana” (assine!):

https://www.youtube.com/playlist?list=PL663doMrE98THBBO7QSrRFgAhmOhE9kKD

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